O preço da carne suína pago aos suinocultores diminuiu em 30% durante o período de pandemia da Covid-19, em Mato Grosso. Dados do Instituto Mato-grossense de Economia e Agropecuária (Imea) mostram que, na primeira semana de 2020, o quilo do suíno vivo era comercializado por uma média de R$ 4,87. Já na primeira quinzena de abril está sendo vendido a R$ 3,42.
Conforme o Imea, o quilo da carcaça suína também diminuiu. A queda foi de 18% no mesmo período. Na primeira semana de janeiro era vendida por R$ 8,79 e agora custa R$ 7,13.
De acordo com a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), a situação tem se agravado com o aumento do período de quarentena e fechamento de pontos compradores da carne suína.
A associação informou que no começo da pandemia a procura aumentou, pois a população tinha receio de um possível desabastecimento, o que não ocorreu. No entanto, após as regras de isolamento social e o fechamento de alguns setores do comércio como restaurantes, bares, hotéis e as escolas, acarretaram uma queda na procura.
Segundo a Acrismat, com a baixa demanda, os produtores começam a ficar com os animais mais tempo que o necessário nas granjas e precisam vender em um preço menor para evitar uma superlotação.
Custo de produção
O milho e a soja, principais componentes da ração dada aos porcos, tiveram um aumento.
A Acrismat informou que a tonelada do farelo de soja, em janeiro, custava cerca de R$ 1,2 mil. Quatro meses depois, é comercializada a R$ 1,6 mil, uma alta de 31,3%.
No mesmo período, a saca de 60 kg de milho ficou 23,7% mais cara. Iniciou o ano a R$ 32,52 e agora custa R$ 40,24.
Uma das justificativas para a variação no preço dos grãos é a alta do dólar devido à crise econômica nesse período de pandemia.
As exportações e a valorização do dólar elevaram os preços dos grãos no mercado interno, e resultaram no aumento do custo de produção dos suinocultores.