Para não prejudicar os alunos, que estão com as aulas suspensas até maio por conta do coronavírus, o governo e a prefeitura adotaram sistemas de Ensino a Distândia (EAD) durante a quarentena. Mas o professor e secretário de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep), Gilmar Soares Ferreira, está preocupado com quem não tem computador ou internet em casa.
"Muitos pais e mães que não tem acesso à internet, não têm computador em casa. Vão ter que sair de casa e ir para a assessoria para encontrar material. Tudo isso causa preocupação para nós, do sindicato, hoje. Não houve preparação. A Seduc está tomando decisões unilaterais", disse.
Segundo Gilmar, o impacto também vai ser sentido por professores que "não vão ter condições de fazer o acompanhamento adequado que a atividade a ser implementada à distância exige". "Aliás, aqui em Mato Grosso, há se reconhecer que a Secretaria de Educação (Seduc) sequer se digna a oferecer as condições mínimas de formação no ensino presencial", critica.
Em Cuiabá, por exemplo, 50% dos estudantes da rede municipal não possuem internet em casa, conforme revelou em artigo o secretário municipal de Educação, Alex Vieira Passos.
Governo e prefeitura pensam, no entanto, em adotar materiais impressos e até videoaulas pela TV para contornar o problema.
O EAD no Governo
Para os estudantes da rede estadual, o Governo disponibilizou uma plataforma on-lie chamada Aprendizagem Conectada, em um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). A ferramenta pode ser acessada pelo computador e dispositivos móveis (celular e tablet).
Nela, as atividades escolares serão produzidas semanalmente, enquanto houver a suspensão das aulas, para os alunos da educação infantil, fundamental e médio nas diversas modalidades e áreas de conhecimento. Também serão disponibilizados vídeos, jogos, leituras, videoaulas, uma série de atividades diversificadas.
Para aqueles que não têm acesso à internet, os materiais impressos serão disponibilizados pelas unidades escolares e assessorias pedagógicas. Nesta semana, se iniciou a distribuição de exemplares aos pais dos alunos que vivem nessa condição. Caso de precisarem do material, os pais informam e a escola providencia. Em seguida, marcam um horário para retirar esse material na unidade escolar.
O EAD na Capital
Na esfera municipal, a Prefeitura de Cuiabá adota estilo mais personalizado. Isto por que alunos do Ensino Fundamental (do 1° ao 9º Ano) e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) estão recebendo conteúdos por WhatsApp, SMS (mensagem de celular) e outros canais. O objetivo é garantir a proximidade entre professor e estudante e que cada unidade às necessidades da comunidade onde estão inseridas.
Já os profissionais da educação também estão recebendo orientação via WhatsApp e participam de formação on-line.
Para reforçar o EAD, os pais poderão pegar kits com livros e material escolar nas unidades educacionais onde estão matriculados os filhos. Nesta semana, cerca de 30 escolas e creches receberam o material. A medida vai beneficiar cerca de 53 mil estudantes, em 164 escolas, na Capital.
Para evitar aglomerações, as escolas e creches entrarão em contato para marcar dia e horário para retirar o material. A ideia é evitar aglomerações, conforme orientação de autoridades de saúde de Vigilância Sanitária.
Aulas por TV
Além de material impresso para alunos que não possuem computar ou internet em casa, Governo e Prefeitura de Cuiabá também pensam em usar a TV para passar videoaulas. No entanto, em ambos os Executivos a fase ainda está planejamento e negociação com canais de televisão.
No Governo, a Seduc busca parceria com a TV da Assembleia Legislativa (canais 30.1 e 30.2). Ainda não há informações de quando as vídeoaulas irão para o ar. Isto por que os professores ainda estão em fase de planejamento das aulas, que ainda precisam ser gravadas no formato da televisão - o que requer tempo.
Em Cuiabá, a Prefeitura negocia com a TV Mais, afiliada da TV Cultura (canal 17.1). A expectativa é que já na próxima segunda (20) comece as primeiras transmissões, segundo assessoria de imprensa. A programação e o horário de exibição das videosaulas também vão ser divulgadas. Depois de passar na TV, as aulas ficaram disponíveis on-line. (Com informações da assessoria da Prefeitura de Cuiabá e governo)
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