O deputado estadual e médico sanitarista Lúdio Cabral (PT) analisou a evolução dos casos de covid-19 registrados em Mato Grosso e mediu o impacto das medidas isolamento social na expansão da epidemia. Lúdio projetou também o possível cenário para evolução da pandemia em Mato Grosso, com base na taxa de crescimento registrada na semana passada. Os cálculos de Lúdio foram exibidos na tarde dessa segunda-feira (11), na reunião da comissão criada para definir a data de retorno às aulas no estado.
“O primeiro caso de covid-19 em Mato Grosso foi registrado em 20 de março. Os resultados do isolamento social só são sentidos em média duas semanas depois. As primeiras medidas de isolamento foram no dia 23 de março, e começaram a ser sentidas em 6 de abril, quando começou a cair a taxa de crescimento de novos casos da covid-19. O percentual de crescimento caiu, se estabilizou e voltou a crescer na última semana”, analisou o parlamentar.
Lúdio projetou a demanda que a pandemia pode trazer ao sistema de saúde no estado. No domingo (10), a Secretaria de Saúde divulgou no boletim informativo da covid-19 que havia 85 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso. “Se a tendência atual se mantiver, teremos quase 1.500 casos no dia 1º de junho, mais de 6.500 casos em 1º de julho e quase 30 mil casos em 1º de agosto. Se for mantida a taxa de ocupação de leitos dos últimos 10 dias, todos os leitos do SUS destinados à covid-19 estarão ocupados antes do final do mês”, alertou.
O deputado observou que as aglomerações facilitam a transmissão do coronavírus, de modo que cada medida de distanciamento social contribui para reduzir o contágio. Por isso, o deputado defende que as aulas presenciais continuem suspensas por pelo menos mais 3 meses. “Muitas ações individuais e sociais podem interferir na velocidade de expansão da pandemia e o isolamento social é a principal delas. A realidade pode ser melhor ou pior que essas projeções, conforme reagimos”, observou.
“Não é hora de retornar às atividades escolares. Não é hora sequer de pensar nisso. Estamos apenas no início da tempestade. Cada escola tem em média 500 alunos. São 500 círculos de convivência familiar em isolamento parcial que vão se encontrar todos os dias. Retomar as aulas é projetar um cenário muito mais grave do que estamos vivendo agora. Provavelmente, vamos ter que esperar o inverno passar, para só então avaliar qualquer tipo de retorno às aulas”, concluiu Lúdio.
Folha Max