O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) declarou que vai tentar entrar num consenso junto com Várzea Grande e o Ministério Público para evitar o “lockdown” nas duas maiores cidades do Estado. Em entrevista à imprensa na tarde desta sexta-feira (19), o chefe do Executivo Municipal adiantou que pode endurecer o toque de recolher, que deve começar as 19 horas a partir da próxima terça-feira (22).
“O que nós temos em mente é antecipar o toque de recolher para começar entre 19h e 20h. Com isso, manter as medidas de segurança bem rígidas e horários reduzidos, principalmente porque o período do lazer, da farra, do álcool, do contato físico é geralmente a noite”, disse.
As declarações foram dadas no momento em que Emanuel chegou para a audiência com o juiz da Vara Especializada da Saúde Pública, José Luiz Leite Lindote, responsável por decidir sobre o pedido do Ministério Público Estadual (MPE), que solicitou a adoção do lockdown na capital mato-grossense e na cidade vizinha. A ação cita que Cuiabá e Várzea Grande entraram no nível de risco de contaminação classificado como "muito alto", com base no novo decreto de avaliação do Governo do Estado.
Se a medida for imposta, as pessoas só podem deixar suas casas para buscarem serviços essenciais, como irem ao supermercado ou a unidades médicas, por exemplo.
Contudo, o prefeito cuiabano explicou que é possível manter rigidamente as medidas de isolamento social com o funcionamento parcial do comércio. “Não adianta trancar todo mundo dentro de casa, quebrar empresas, criar um colapso econômico. Precisamos estabelecer essas políticas sanitárias e segurar as atividades de lazer, especialmente as noturnas. Precisamos estabelecer um equilíbrio entre os impactos sanitários e econômicos, nós não podemos quebrar as empresas”, complementou.
Além disso, o prefeito ressaltou que Cuiabá deve reforçar o sistema de atendimento na próxima semana. Está prevista a abertura de 30 novos leitos de UTI no Hospital de Referência para a Covid, que funciona no antigo pronto-socorro.
Já o secretário municipal de Saúde, Luiz Antônio Possas de Carvalho, explicou que o município deve aplicar restrições aos segmentos comerciais que colaborem para a proliferação do vírus. “Nessa audiência de conciliação, nós vamos chegar num denominador comum para que se aplique ou não o lockdown. Eu não acho que esse seja o caminho agora das duas cidades, mas sim fechar apenas alguns setores que vem causando os maiores problemas de controle a Vigilância Sanitária”, disse.
Há algumas semanas, a prefeitura de Cuiabá vem promovendo a retomada gradual do comércio. Através de decretos, o chefe do Executivo Municipal liberou o funcionamento dos bares, shoppings, restaurantes, salões de beleza e similares meio a pandemia. Diante disso, Possas avaliou que seria desnecessário o retrocesso.
“Não seria viável fechar esses setores que respeitam a biossegurança, até mesmo porque eles abriram há pouco mais de uma semana, mas quem vai decidir isso é o judiciário”, completou.
Segundo ele, o município irá apresentar a Lindote as ações de controle que vem sendo adotadas para manter a retomada das atividades econômicas. “O melhor caminho é esse, mostrar para o Ministério Público todo o estudo epidemiológico e como Cuiabá está preparado para a pandemia. E mostrar também quais são os setores que estão em descontrole e os que obedecem a biossegurança”, completou Pôssas.
Por fim, o chefe da Saúde disse ainda que que Cuiabá já fez o dever de casa para manter o avanço do vírus. “Mato Grosso deixou algumas cidade em funcionamento enquanto Cuiabá e Várzea Grande estavam fazendo o dever de casa, a gente já sacrificou a população”, finalizou.
Folha Max