As tensões internacionais provenientes da crise entre Rússia e Ucrânia afetaram o mercado de câmbio. Nesta quarta-feira (23/2), por volta de meio-dia, o dólar recuou 0,85%, com a mínima atingindo R$ 4,9980. É a quarta perda diária consecutiva da moeda, que acumula o retrocesso de 9,36% em relação ao Real, desde o início do ano.
A evolução no mercado de câmbio brasileiro se deve a diversos fatores. Dentre eles, está a rotação de carteira dos investidores internacionais na procura de empresas com valor mais consolidado, sob a perspectiva de elevação dos juros americanos, que prejudicaria as companhias que ainda estão em crescimento. O diferencial de juros no Brasil em relação às economias desenvolvidas impulsionam o real.
Outro ponto é a alta dos preços das commodities, que subiram pela moeda americana em 13,5% desde o fim de 2021. Isso ajuda o cenário brasileiro porque, quando o preço das matérias-primas aumenta em dólar no mercado internacional, os países exportadores recebem mais divisas pelas vendas externas, provocando valorização da moeda local.
Apesar de provocar a queda do dólar, porém, os preços mais altos das commodities, principalmente do petróleo, pressionam por uma alta ainda maior na inflação. Analistas estimam que o índice tende a permanecer acima dos 10% por mais alguns meses, pelo menos.
Pela sexta semana consecutiva, o mercado financeiro elevou a previsão de inflação para 2022, que passou de 5,5% para 5,56%, segundo boletim Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira (21/2).
FOLHA REGIONAL