Em Peixoto de Azevedo, apenas 6% do total desmatado foi legal.
Dados do monitoramento por satélite da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT) apontam que em quatro municípios de Mato Grosso mais de 90% do desmatamento foi ilegal, entre 1º de janeiro e 28 de março. São eles: Peixoto de Azevedo, com apenas 6% do desmatamento legal; Aripuanã, 7%; Colniza e Marcelândia, 8%.
Em todo o estado, foi registrado 62% de desmatamento ilegal, o que resultou na destruição de mais de 44 mil hectares, segundo o levantamento via satélite.
Colniza, Barra do Bugres e Apiacás estão entre os 10 que mais desmataram na Amazônia em fevereiro. Juntos, eles registraram 43 km² de devastação.
Ranking dos 20 municípios que mais desmatam e porcentagem de legalidade:
Peixoto de Azevedo, 6% legalizado
Aripuanã, 7% legalizado
Colniza, 8% legalizado
Marcelândia, 8% legalizado
Porto dos Gaúchos, 15% legalizado
Apiacás, 19% legalizado
Nova Bandeirantes, 28% legalizado
Juína, 40% legalizado
União do Sul, 48% legalizado
Juara, 49% legalizado
Feliz Natal, 75% legalizado
Paranatinga, 77% legalizado
Campos de Júlio, 78% legalizado
Comodoro, 78% legalizado
Querência, 78% legalizado
Nova Ubiratã, 79% legalizado
Tabaporã, 85% legalizado
Nova Maringá, 87% legalizado
Santa Carmem, 94% legalizado
Barra do Bugres, 99% legalizado
De acordo com a Sema, apesar do alto índice, o desmate legal, com autorização do órgão ambiental e respeitando a legislação brasileira, aumentou em Mato Grosso nos últimos anos.
Em 2019, o índice estava em torno de 5%. Agora chega a 38%.
Nesse mesmo período, houve mudanças para quem quer empreender em áreas de mata no estado, facilitando a autorização para o desmate. Atualmente, os empresários podem solicitar a liberação por meio da internet, com um tempo de análise menor.
Segundo a secretaria, as pessoas que desmataram de forma ilegal agora também são chamadas para se regularizar, por meio da conciliação ambiental.
Amazônia Legal: MT registra a maior devastação
Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontam que Mato Grosso foi o que mais desmatou em janeiro e fevereiro, se comparado aos nove estados que compõem a Amazônia Legal.
Apenas em fevereiro, 96 km² de floresta foram derrubados em solo mato-grossense, o que corresponde a 32% do total. O estado também registrou a maior alta na devastação em relação a fevereiro do ano passado, de 300%.
Nas áreas de Amazônia Legal, em Mato Grosso, cada propriedade deve preservar 80% do território com vegetação nativa, e nas áreas de Cerrado e de transição, 35%. O restante da área é passível de autorização para desmate.
A Sema informou que realiza fiscalização remota e presencial no estado, além de campanhas de comunicação, nos municípios onde o desmate é majoritariamente ilegal.
G1 MT