Em júri popular, nesta quinta-feira (28), Edésio Alves de Assunção narrou como matou a esposa a
facadas, na frente dos 3 filhos. Ele atribuiu o crime à bebida e depressão e admitiu ter saído de casa para beber já com a faca usada no feminicídio. Ele golpeou a Josilaine Maria Gomes dos Reis
enquanto ela dormia na cama com as crianças. O réu alegou que se arrepende do assassinato.
Ele negou que fosse agressivo e que tivesse torturado ou ameaçado a mulher antes do crime. Disse
que reprendia as crianças, mas a mulher não gostava. O caso foi registrado na capital Cuiabá.
“Eu sempre fui depressivo. Depois da separação eu comecei a chorar sempre, perdi a vontade de
trabalhar, comecei a beber. Eu estava num bar, com a faca. Estava tão transtornado, fui direto na porta
dos fundos, arrombei e fui direto onde ela estava. Estava tão bêbado e deprimido que fiz aquela
besteira com ela. Eu me arrependo muito”, narrou à juíza Mônica Catarina Perri, da Primeira Vara
Criminal.
Apesar de ter saído de casa com a faca, ele nega que tenha premeditado o crime.
“Eu estava transtornado bêbado em depressão e sabia que a porta era frágil. Fui direto na cama, onde
ela estava com as crianças. Ela estava dormindo, eu já estava com a faca comigo, que trouxe de casa.
Ela estava na ponta da cama, um com a cabeça nos pés dela e outros dois do lado”, contou.
À juíza, o homem contou que, quando cometeu o crime, o casal estava separado há 20 dias. Este já
era o terceiro rompimento entre a vítima e réu.
“Na hora do acontecimento, ela percebeu que eu estava ali e ela gritou ‘não, não, não’ e as crianças
acordaram. Acho que dei 3 facadas na cama. As crianças estavam assustadas. A Caroline desceu e
os dois foram com ela até a porta. A Josilaine não tinha desfalecido ainda. Ela levantou e eu a peguei
pelo braço. Eu me sensibilizei com o que tinha feito e a levei até o banheiro, segurei pra que ela não
caísse de uma vez no chão. Até hoje não acredito que fiz isso. Eu deitei na cama e dei uma facada no
meu peito. Fiquei ali, mas percebi que não estava desfalecendo, só estava com aperto no peito. Eu
peguei a faca de novo e tentei dar outro golpe e não tive força”, contou.
Edésio teve um casamento anterior, com quem ficou por 20 anos. Após o divorcio, ele conheceu
Josilaine e logo ela engravidou, por isso eles foram morar juntos. O réu disse que sofria com o
rompimento e a vítima foi o que lhe deu alegria. Ele tem outros filhos do primeiro casamento, mas
nenhum o visita. Apenas os irmãos.
“Eu gostava muito dela. Ela era alegre, mas eu sentia que me humilhava. Eu fazia tudo por ela. Até
lavava as peças íntimas dela. Eu não seu porque fiz isso. Não entendo”, explicou.
Ele disse que a vítima nunca o traiu. O depoimento durou cerca de 1h.
TVCO - PONTES E LACERDA