Caso Isabele: manifestação pede justiça 2 anos após adolescente morrer baleada por amiga em MT
Isabele Ramos, de 14 anos, foi morta em 2020. A adolescente que atirou teve a condenação revertida pela Justiça e ganhou liberdade no mês passado.
Familiares e amigos de Isabele Ramos, morta com um tiro na cabeça em um condomínio de luxo, em Cuiabá, em 2020, fizeram uma manifestação nesta terça-feira (12), após dois anos do crime. O ato teve concentração em frente a escola onde Isabele estudava, em Cuiabá.
A mãe da adolescente, Patrícia Guimarães Ramos, também esteve no local. Emocionada, ela recebeu o apoio dos amigos de Isabele. Eles fizeram cartazes e escreveram nos carros 'Justiça por Bele'.
Em carreata, os carros prosseguiram pelas ruas da cidade com rumo ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Além de homenagear Isabele, o objetivo da manifestação também foi o de chamar a atenção da Justiça, que, no mês passado, liberou a adolescente que matou Isabele da internação em unidade socioeducativa.
A adolescente cumpria pena de três anos no Lar Menina Moça, que fica no Complexo do Pomeri, na capital. Ela foi internada no dia 19 de janeiro de 2021. A cada seis meses, a Justiça decide sobre a manutenção ou não da internação.
A defesa da menor conseguiu uma decisão favorável da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e foi solta no dia 8 de junho.
A defesa da adolescente conseguiu reverter a decisão da condenação. Ao invés de homicídio doloso, a Justiça considerou que o crime passou a ser homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar.
O crime ocorreu em julho de 2020. Isabele e a condenada eram amigas e tinham a mesma idade. No dia 12 de agosto de 2020, o laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) apontou que a pessoa que matou Isabele estava com a arma apontada para o rosto da vítima, a uma distância que pode variar entre 20 e 30 cm, e a 1,44 m de altura.
Em abril deste ano, Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a internação da adolescente. A decisão do ministro Edson Fachin negou o pedido de habeas corpus da defesa da adolescente.
G1 MT