O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (União Brasil), disse que se tivesse “conhecimento real” do projeto apresentado pelo ex-vereador Jajah Neves, jamais teria aprovado a emenda parlamentar que destinou R$ 450 mil para realização do reality show “Casa Digital MT”, em junho deste ano.
Após a polêmica envolvendo o programa, que confinou 10 influenciadores em uma casa em Várzea Grande, com a suposta "ideia" de divulgar o turismo mato-grossense, Botelho endossou e vai incluir uma emenda ao Projeto de Lei encaminhado pelo governador Mauro Mendes (União Brasil) à Assembleia Legislativa, nessa terça-feira (12.07).
O PL cria limites ao uso de emendas parlamentares e de recursos do próprio Governo para eventos culturais, impedindo a destinação de verbas para shows “milionários” e realities, como o que foi realizado com emenda do parlamentar.
Atualmente, os deputados aprovam a destinação dos recursos, mas a análise do projeto e a aprovação fica a critério das secretarias. A proposta do deputado é fazer com que o projeto, após aprovado tecnicamente, retorne para que os autores das emendas tenham conhecimento “detalhado” da aprovação final.
"Hoje, nós aprovamos apenas a destinação de recursos. A análise do projeto, a aprovação do projeto, é das secretarias. Acho que deve continuar assim. Quem tem que aprovar, tecnicamente, quem tem que analisar, é a secretaria pra dizer se aquele projeto atinge a finalidade, se aquele projeto é interessante, beleza. Mas, também o deputado tem que ter esse conhecimento, depois, do que foi aprovado lá. Porque, até então, o deputado destina recurso, ele não faz a aprovação do projeto”, explicou.
Quanto à relação com Jajah Neves, Botelho o classificou apenas como um apoiador autônomo.
“Jajah nunca fez parte do meu quadro funcional, ele é um apoiador autônomo. Ele continua me apoiando, mas lógico que teve um desentendimento. Eu acho que a emenda não foi boa. Não me senti usado, não. São ideias. Ele entende que é bom. Eu se tivesse conhecimento real dela, acho que não é boa. Entendo até agora que não é”, define.
Botelho também comentou o parecer técnico do Ministério Público Estadual, de que não houve problema de legalidade na aplicação da emenda ao reality show. Porém, o que fica em discussão, segundo Botelho, é a “moralidade” da proposta.
“Eu acho que é imoral. Eu, se tivesse conhecimento disso, não aprovaria. Ilegal não tem, mas existe esse problema que tem que voltar para o deputado, para ele tomar conhecimento se realmente é isso que ele quer. Aí sim vai dar responsabilidade também para o deputado”, conclui.
REPÓRTER MT