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A aliança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), com o deputado federal Neri Geller (PP) e o senador Carlos Fávaro (PSD), ambos de Mato Grosso, causou incômodo aos aliados, entre eles a ex-ministra Marina Silva, que hoje está na mesma coligação que o PT, através de seu partido, o Rede.
Marina criticou especificamente a união de Lula a Neri Geller, que para ela representa “manter o país na condição de pária internacional, uma das grandes conquistas de Bolsonaro”, nas pautas do meio ambiente.
"Ficará difícil cumprir as promessas feitas aos indígenas, aos ambientalistas, ao setor do agronegócio que quer se firmar na pauta da sustentabilidade e aos pequenos agricultores. Aliar-se àqueles que lideram a articulação dos PLs da destruição é criar amarras com o atraso", afirmou Marina, em nota.
Marina se refere a projetos de lei que tramitam no Congresso, defendidos por Geller, e que vão de encontro às pautas ambientais. Um exemplo é a proposta de retirar Mato Grosso da Amazônia Legal e, assim, reduzir os limites de área preservada, ou seja, aumentar os limites de desmatamento. Neri é o relator e defende a proposta.
Outro ponto de crítica é o senador Carlos Fávaro (PSD), também de Mato Grosso. Ele foi o escolhido por Lula para fazer a aproximação entre a campanha petista e os produtores rurais, que são maciçamente apoiadores de Bolsonaro
A aproximação de Lula com Geller e Fávaro também tem sido inconveniente para deputados petistas, que nos bastidores, criticam a aliança enquanto tentam calibrar o discurso de preservação ambiental do partido ao histórico dos novos aliados.