Municípios do Pantanal mato-grossense vem ampliando o mercado para a pequena agroindústria. Através do selo do Consórcio Complexo Nascentes do Pantanal, os produtores, além de sair da informalidade, estão vendo a sua produção aumentar e seus produtos serem comercializados em outras regiões do país. O consórcio é formado por14 municípios: Araputanga, Cáceres, Curvelândia, Figueirópolis D’Oeste, Glória D’Oeste, Indiavaí, Jauru, Lambari D’Oeste, Mirassol D’Oeste, Porto Esperidião, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Salto do Céu e São José dos Quatro Marcos. E é em Cáceres, o começo do Pantanal, por ficar na região mais alta da planície pantaneira, que está
o apiário da família de Clednei Tubino da Silva, cuja história é contada nesta quarta-feira (11) no MT
Sustentável (https://www.canalrural.com.br/tag/mt-sustentavel/).
Clednei é comerciante e herdou do pai o ofício de apicultor. A atividade de produção de mel na vida
da família começou em 1964, segundo dona Carmelina Maria da Silva, 80 anos, chamada
carinhosamente na região de dona Carmem.
Ela e o marido criaram os três filhos com a produção de mel. Segundo dona Carmem, todos os dias o
marido ia no mato atrás das abelhas para colher o mel e arrimar as colmeias.
Selo permite ampliação de mercado
Dona Carmem conta que o mel era colocado em vidros reaproveitados e a venda era feita na
chácara da família, localizada nos arredores de Cáceres. Quando necessário, o marido saia para vender
de porta em porta. Um trabalho informal, que seguiu até dona Carmem ficar viúva e algum tempo
depois foi assumido pelo filho caçula, Clednei.
O apiário saiu da informalidade e conquistou um selo que permite ampliar o mercado. É o selo do
Consórcio Nascentes do Pantanal, cujo objetivo é o desenvolvimento econômico, social, ambiental e
turístico da região. Bases indispensáveis para a sustentabilidade.
Contudo, para gravar o selo nos rótulos dos produtos foram necessárias adequações. O Clednei criou
até um manual de boas práticas para apicultura, que aborda desde cuidados com o meio ambiente até
uma série de protocolos para o processamento e comercialização do mel.
“Eu tive que começar do zero, pegar uma planta do início ao fim. Adequar a cada coisa. Então, isso é
realmente um investimento e esse investimento ele não se paga assim rápido, porque a pessoa fala
assim eu vou investir em si ela não ano que vem já está tudo pago não é um é longo prazo”, comenta
Clednei.
Conforme o apicultor, no primeiro ano foram coletados mil quilos, no segundo passou para dois mil
quilos, o terceiro ano para três mil quilos e em 2022 batendo a meta de aproximadamente quatro mil
quilos de mel. “Então, essa evolução a gente viu que está valendo a pena”.
Consórcio faz parte de projeto inserido no Mapa
E quem acompanhou todo o trabalho de Clednei foi a médica veterinária da Empresa Mato-grossense
de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Laura Peixoto de Arruda, uma das instituições
parceiras do consórcio.
“Nós da Empaer fazemos esse trabalho de auxiliar o produtor rural na produção com todas as formas,
para que a sua família tenha condições de permanecer no campo e ter uma produtividade satisfatória
com viés ambiental também”.
De acordo com a médica veterinária da Empaer, o Consórcio Complexo Nascentes do Pantanal faz
parte do projeto ConSIM (https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/suasa/projeto-consim-1), que
tem como objetivo orientar tecnicamente os consórcios públicos de municípios que buscam
desenvolver seus serviços de inspeção de produtos de origem animal, visando a inclusão no Sistema
Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Conseguindo essa equivalência aos produtos, as pequenas agroindústrias familiares da região vão
poder comercializar. Abrir esse mercado dos produtos, não só a nível de território do consórcio dentro
dos 14 municípios, mas a gente espera que seja a nível federal”.
tvco