O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, se manifestou sobre o atendimento a uma ocorrência por perturbação de sossego, em Vera, que terminou na morte do jovem Diego Kaliniski, de 26 anos. O fato ocorreu por volta das 03h30 da madrugada deste domingo (5).
Em comunicado, coronel Mendes reforçou que já foi aberto um inquérito para apurar o fato e que ações estão sendo tomadas para que “situações trágicas como a ocorrida em Vera jamais se repitam em nosso Estado”. “Como pais e mães nessas horas, resta-nos dor pelos familiares e o pasmo da comunidade ordeira e pacífica de Vera”, diz, em outro trecho.
O comandante também afirma que é necessário falar sobre a atuação policial, mas que também precisa falar sobre “a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido”. Coronel Mendes também cobrou a necessidade de falar sobre o excesso de álcool e regulação de festas, principalmente em locais públicos, e que seria um “combustível” para a desordem.
Leia a mensagem do comandante-geral da PMMT na íntegra:
“Perante a realidade policial soam frágeis todas as opiniões, especialmente as passionais, ditas a quente. Convocar a técnica policial para provar que uma vida humana pode ser ceifada, legalmente, não justifica o tamanho da perda, e como pais e mães nessas horas, resta-nos a dor pelos familiares e o pasmo da comunidade ordeira e pacífica de Vera. Precisamos falar sobre a ação policial sim, e para tal um inquérito está em andamento. Mas precisamos falar também sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido.
Precisamos falar também sobre o excesso de álcool, da regulação das festas e da boa educação que precede e previne o comportamento delituoso. Precisamos falar ainda, com relevo neste caso, sobre a ausência de fiscalização e proibição de eventos regados a álcool em locais públicos; verdadeiro combustível para a quebra da ordem. Poucos sabem, mas não é apenas a PM a deter o “poder de polícia” para evitar males como esse. Regulação; fiscalização; notificação e embargo, são palavras que antecedem o trabalho policial ali — e evitam tragédias. Pois, diante de fatos complexos não podemos dar respostas simples, do tipo “certo” ou “errado”, colocando em xeque quem chega para resolver. Perdemos todos com a perda de uma vida. Nenhum policial sai de casa com esse propósito, embora consciente dessa possibilidade quando técnica. Nenhum jovem sai para se divertir para não retornar. Todas as providências foram e estão sendo tomadas para que familiares e a tropa em questão não tenham ainda mais traumas a digerir, refletir e, por fim, lhes sobreviver — porque assim a vida pede. A sabedoria veda o juízo precipitado, eximindo de responsabilidade ou culpando quem quer que seja. Para isso já temos o inflamado tribunal midiático.
Respeitemos, contudo, a gravidade dos fatos com ações enérgicas de modo que situações trágicas como a ocorrida em Vera jamais se repitam em nosso Estado. Sobretudo que todos os nuances sejam esclarecidos em respeito à sociedade verense que tão bem acolhe o trabalho policial.
TVCO - PONTES E LACERDA