Almir Monteiro dos Reis foi preso em flagrante nessa segunda-feira (14), pelo feminicídio de Cristine Castrillon
O ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, que assassinou a advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos, alegou na manhã desta segunda-feira (14), após a prisão em flagrante, que é interditado judicialmente por ser esquizofrênico.
A informação foi confirmada ao RepórterMT pelo delegado titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Marcel de Oliveira.
O ex-militar foi expulso da corporação em Mato Grosso em 2015, após ser acusado de chefiar uma quadrilha especializada em roubos de postos de combustíveis na Grande Cuiabá.
Após a exoneração, Almir tentou reverter a decisão. A defesa do então militar alegou que Almir é “alienado mental grave portador de esquizofrenia”, sendo que foi interditado judicialmente em agosto de 2014 devido à doença.
Cristiane Castrillon foi encontrada morta no domingo (13), dentro do próprio veículo, que foi abandonado pelo criminoso no Parque das Águas, na região do Centro Político e Administrativo, em Cuiabá.
Conforme a investigação, a vítima passou a tarde de sábado (12) em um churrasco com a família e amigos e, por volta das 22 horas, foi com um primo até um bar nas proximidades da Arena Pantanal. No local, conheceu Almir. Por volta de 23h30, o primo dela foi embora e a deixou com o ex-PM.
Horas após o desaparecimento, o irmão de Cristiane conseguiu localizar o veículo dela por meio de um aplicativo de rastreamento.
Com a constatação da morte, a DHPP começou as diligências para localizar o criminoso. Almir foi encontrado em sua residência, no bairro Santa Amália, local em que cometeu o crime.
Durante a prisão, ele deu diversas versões sobre o crime. Afirmou até que a vítima teria caído e "batido a cabeça" mais de quatro vezes.
Aos policiais, Almir afirmou ser interditado judicialmente. No entanto, em depoimento formal na DHPP, ele permaneceu em silêncio. Ele será encaminhado para audiência de custódia ainda nesta segunda-feira.
Expulso da PM
Almir Monteiro dos Reis foi expulso da corporação em 2015, após ser comprovado, em processo disciplinar, sua participação na liderança de um assalto a um posto de combustível no bairro Morada do Ouro, em Cuiabá. O assalto aconteceu em 2013, no posto de combustível "Lídergas" e foi registrado por câmeras de sistemas de segurança.
Em abril de 2013, Almir chegou a ser preso pela suspeita de integrar a quadrilha que assaltava postos de combustíveis em Cuiabá e Várzea Grande.
Após a demissão, tentou alegar esquizofrenia. “Ressalta que o processo administrativo é nulo, por não observar o devido processo legal, em que foi negada a suspensão do Conselho de Disciplina em razão da sua moléstia psiquiátrica; pelo fato de ter sido exonerado enquanto estava licenciado em caráter de prorrogação para tratamento de saúde com autorização e homologação da Administração Pública”, alegou a defesa, na época.
Entretanto, o recurso foi negado pela Turma de Câmaras Cíveis Reunidas de Direito Público e Coletivo. Para o colegiado, a absolvição na ‘instância criminal não guarda pertinência com o âmbito administrativo’.
Diante da recusa, o ex-soldado foi demitido da corporação em 2015 e o processo foi arquivado oficialmente em 2016. Em novembro de 2022, houve pedido de desarquivamento dos autos, mas não houve outra movimentação depois dessa data.
FONTE:REPÓRTER MT