Sua localização:
Mudar localização
Compartilhe o VipCidade
nas redes sociais
Busca no site:
faça sua busca
Login:
acesse

'Ele perguntou se podia dar um abraço, segurou minha cabeça e me beijou', diz vítima de homem que se apresentava como médium preso por abuso em MT

Publicado em: 08/09/2023
whatsapp

Segundo a vítima, outras mulheres relataram para ela que Luiz Antônio Rodrigues da Silva cometia os abusos da mesma forma, durante atendimento particular em uma sala, utilizando argumentos de "vidas passadas".

Uma das vítimas do homem que se apresentava como médium preso, na terça-feira (5), suspeito de abusar sexualmente de pelo menos 7 mulheres, relatou um dos abusos que afirmou ter sofrido. O suspeito foi identificado como Luiz Antônio Rodrigues da Silva, de 49 anos, e utilizava o Tik Tok para atrair as vítimas para uma 'tenda religiosa', em Cuiabá, segundo a Polícia Civil.

O suposto médium foi solto, nessa quarta-feira (7), um dia após a prisão. O suspeito publicou um vídeo nas redes sociais informando que os trabalhos no local estão mantidos. O advogado dele também confirmou o retorno das atividades.

O advogado de defesa de Luiz Antônio disse que o cliente é inocente e que tudo será devidamente provado no decorrer do inquérito.

O g1 conversou com uma das vítimas, que não quis se identificar. Ela relatou que começou a frequentar o terreiro em maio de 2022. Em dezembro do mesmo ano, se mudou para o interior de Mato Grosso e passou a ir uma vez por mês ao local.

O caso teria acontecido no fim de abril deste ano, quando ela entrou em contato direto com o suposto médium, para que ele colocasse o nome dela na lista para receber o 'passe', nome dado a um processo de transmissão de energias por imposição das mãos. Ela contou que na época não estava bem e o homem pediu para que ela fosse no local mais cedo para contar o que estava acontecendo.

"Fui e quando ele me viu, me chamou para entrar na sala dos atendimentos particulares. Ele começou a dizer que eu estava tentando salvar todo mundo e que eu não ia aguentar porque sou fraca. Perguntei o que eu podia fazer para melhorar. Ele começou a mudar de assunto e disse que iria me contar uma coisa que não era para dizer para outras pessoas", relatou.

Segundo a vítima, o homem pediu para que ela fechasse os olhos e perguntou se ela via uma casa bem simples em um sítio, com mato e cavalos.

"Eu falava que não conseguia ver e ele disse que estava nessa casa junto comigo. Depois, disse que eu era a mulher dele naquela vida e que eu perdi um filho e, por isso, eu ficava me culpando. Comecei a chorar e ele perguntou se podia me dar um abraço. Depois, segurou minha cabeça, puxou para perto, beijou meu rosto, a minha boca e se afastou. Ele sentou na cadeira com um sorriso no rosto e eu fiquei em pé congelada, não sabia o que estava acontecendo", disse.

A jovem relatou que perguntou para o homem por que ele tinha feito aquilo e que ela não consentia com a situação. Ele teria respondido que fez porque quis. "Ele deu uma risada e disse que eu estava deixando o que precisava passar e que podia dar tudo o que eu queria", disse.

A mulher disse que depois do ocorrido, ficou sabendo que algo parecido aconteceu com a cunhada dela e que depois foram surgindo outras vítimas. Segundo ela, o suspeito fazia da mesma forma, durante atendimento particular na sala, utilizando os mesmos argumentos de vidas passadas.

Segundo a vítima, o suspeito também questionava a orientação sexual dela, pois sabia que ela tinha uma namorada e a todo momento falava sobre o relacionamento.

"Ele perguntou se já fiquei com homem, se eu era virgem e se eu já tinha me deitado com algum homem. Ele sempre perguntava sobre a minha namorada e ficava colocando coisa na minha cabeça, dizendo que ela me traía com outro homem e que eu tinha que ficar com ele", disse.

Entenda o caso

Luiz Antônio foi preso suspeito de abusar sexualmente de pelo menos 7 mulheres, dentre elas uma adolescente. Segundo a Polícia Civil, o suspeito utilizava o Tik Tok para atrair as vítimas para uma tenda onde prometia amparo sexual.

Conforme o depoimento das vítimas, no momento em que ficavam a sós com o guia para o suposto atendimento espiritual, ele se aproveitava para praticar os abusos. Segundo elas, o investigado alegava que os atos eram praticados por um 'espírito encarnado'.

De acordo coma delegada titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) da capital, Judá Marcondes, o suspeito produzia conteúdos no Tik Tok e divulgava o próprio trabalho como líder religioso na plataforma. Em seguida, o homem marcava encontros com as vítimas em um local onde afirmava manifestar sua religiosidade, informou Marcondes.

A delegada ainda relatou que, com a prisão do guia, acredita que novas vítimas devem aparecer.

FONTE:G1 MATO GROSSO 

Fonte: G1 MATO GROSSO

Últimas Notícias

Ver mais eventos