A Polícia Civil de Tapurah deflagrou, nesta terça-feira (12), a Operação Gravatas, para cumprir 16 ordens judiciais, em Cuiabá e Sinop, com objetivo de desarticular organização criminosa com a participação de advogados e de um policial militar. Ao todo, a PM cumpriu 8 mandados de prisão.
Hingritty Borges Mingotti - advogada presa em Cuiabá
Roberto Luis de Oliveira - advogado preso em Sinop
Jéssica Daiane Morostica - advogada presa em Sinop
Leonardo Qualio - soldado da Polícia Militar preso em Sinop
Segundo as investigações da Polícia Civil, que duraram mais de um ano, os advogados atuavam como um "braço jurídico" da
facção criminosa, prestando serviços que beneficiavam os criminosos em troca de vantagens financeiras.
A Polícia Civil afirma ainda que o advogado Roberto Luis de Oliveira, de Sinop, representou 205 clientes neste período. Desses,168 eram ligados a uma facção criminosa, com envolvimento por tráfico de drogas, roubos e homicídios.
Segundo a polícia, o grupo criminoso contou ainda com a ajuda do soldado da PM, Leonardo Qualio. A Polícia Civil afirma que a função dele era enviar, ilegalmente, dezenas de boletins de ocorrência para os advogados.
Na sequência, os boletins eram encaminhados aos líderes da facção criminosa que se encontram detidos no sistema
penitenciário. Em tempo real, aqueles que mantinham a organização e o controle do tráfico de drogas conseguiam informações sobre a atuação policial, tanto da Polícia Civil quanto da Militar
Durante o cumprimento dos mandados foram apreendidos, na casa de Hingridy, em Cuiabá, R$ 100 mil em dinheiro, diz a polícia. No começo da tarde desta terça, a reportagem do Olhar Direto flagrou ela deixando a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) e sendo encaminhada ao Centro de Custódia da Capital.
Os relatórios de investigação policial, que reúnem mais de mil páginas, detalham a conduta dos investigados e que cada
advogado tinha uma tarefa bem definida em benefício da organização criminosa.