Passadas mais de 8 horas após o início do incêndio no Shopping Popular de Cuiabá, a situação está controlada, mas os militares ainda não conseguiram adentrar ao que sobrou da estrutura. De acordo com o tenente-coronel Heitor Fernandes da Luz, que comanda o combate as chamas, ainda não foi iniciado o trabalho de rescaldo porque ainda existem chamas e o risco de novas explosões.
Os militares, de acordo com o oficial, sequer adentraram ao que sobrou da estrutura do Shopping Popular. “A gente continua controlando do lado de fora ainda as chamas que a gente consegue visualizar a distância. Desabou todas as paredes do 2º piso e ainda tem paredes do primeiro piso rachadas, desabando”, relatou.
“O acesso está muito complicado, quando você pisa nos entulhos, tem fogo por baixo ainda. Então a gente tem que ter calma agora, já que não tem vítima, já que conseguiu conter, tem que ter cuidado para evitar acidente com nossos militares também”, complementou, destacando que os trabalhos iniciais foram para preservar o prédio da administração do Shopping Popular e o Lar dos Idosos, localizado ao lado do empreendimento.
Apesar de dizer que há certo controle na situação, já que o risco das chamas se propagarem são mínimos, o tenente-coronel frisou que todo trabalho tem sido realizado com cautela, principalmente para preservar os militares de alguém risco. Ele destacou que são sete viaturas atuando no local, com dezenas de profissionais.
“A gente ainda não sabe qual material combustível que ainda não foi queimado lá dentro. Como não tem vítima, a gente vai controlando o incêndio, vai reabastecendo, fazendo a gestão das viaturas com água. Mas existe o risco sim”, observou.
Heitor Fernandez citou que a estrutura do Shopping Popular comprometeu o controle do avanço das chamas, uma vez que havia material combustível logo após a parede do shopping.
“A impressão que dava é que estava pegando fogo no concreto, na parede, que é muito diferente pela nossa experiência. Aí quando desaba a gente vê que tirando a parte de alvenaria, tem uma estrutura metálica e que no interior dela parece um tipo de isopor, uma substância que é combustível. Aí depois a gente conseguiu entender porque as chamas na parede estavam tão altas, explicou.
O militar explicou que os focos de calor ainda impedem a aproximação dos militares ao que restou do prédio. “A incidência de calor é muito intensa, a gente está a 15, 20 metros de distância, com todo equipamento de segurança, a gente sente queimar pequena parte de pele”, contou.
ATENDIMENTO RÁPIDO
Apesar dos comerciantes queixare-se do atendimento do Corpo de Bombeiros, o comandante-geral da corporação, coronel Glêdson, informou que a primeira equipe chegou ao Shopping Popular apenas sete minutos após o acionamento da corporação. Todavia, as chamas já estavam em estágio avançado, de difícil controle.
“A gente atendeu com 7 minutos. Houve tentativa de combate com preventivos através de um vigilante, infelizmente ele não conseguiu”, relatou.
O coronel citou que o alto número de materiais combustíveis pode ter facilitado a propagação das chamas.
“Na medida que o incêndio foi detectado e você fez o atendimento, isso que vai demandar na velocidade de propagação. Infelizmente, quando a gente chegou já estava bem avançado, apesar de ter feito atendimento em 7 minutos”, pontuou.
O coronel explicou que os prédios da administração do Shopping Popular e do Lar dos Idosos estão isolados por conta da alta temperatura no local. Ele ainda citou que o prédio destruído pelas chamas tinha as autorizações necessárias do Corpo de Bombeiros para funcionamento.
“O prédio cumpre as normas técnicas preventivas contra incêndio e tem anotação de responsabilidade técnica. Ou seja, um profissional disse que ele cumpre normas técnicas para poder ter seu funcionamento”, assinalou.