Mato Grosso liderou o ranking de acidentes aéreos em 2023, com 25 ocorrências registradas, conforme levantamento do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Os dados foram publicados nesta semana pelo jornal Folha de S. Paulo. O Centro-Oeste ficou em primeiro lugar no ranking nacional, com 44 acidentes dos 156 registrados em todo o país.
Um desses acidentes ocorreu em outubro de 2023, no hangar da empresa Bom Futuro, em Cuiabá. Na tragédia, perderam a vida o piloto Fernando Kawahata Barreto, natural de Mato Grosso do Sul, e o venezuelano Juan José Jaramillo. Por sorte, outros dois passageiros, os empresários e irmãos Adelar e Valdir Jacobowski, sobreviveram. A aeronave King Air C-90 caiu logo após a decolagem, e a causa do acidente ainda não foi revelada, mesmo passados dez meses.
O alto número de acidentes no estado está relacionado ao intenso tráfego de aeronaves de pequeno porte, amplamente utilizadas nas operações da indústria agropecuária da região. Apesar dos números alarmantes de 2023, há indícios de que 2024 pode ultrapassar essa marca. Até o momento, 116 acidentes aéreos já foram registrados no Brasil, segundo o Cenipa. O mais recente aconteceu em 9 de agosto, quando o avião ATR-72-500 da empresa Voepass, prefixo PSVPB, caiu em Vinhedo (SP), vitimando todas as 62 pessoas a bordo. A aeronave havia partido de Cascavel (PR) com destino a São Paulo.
Em Mato Grosso, um acidente aéreo foi registrado na última quinta-feira (15), na zona rural de Apiacás (1.003 km de Cuiabá), resultando na morte de cinco pessoas. Entre as vítimas estavam o empresário Arni Alberto Spiering, de 69 anos, seus netos Arni Alberto Spiering Benez e Marcos Alberto Spiering, o piloto Helder de Souza, de 44 anos, e o diretor da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Ademar de Oliveira.
Eles estavam a bordo de uma aeronave King Air, prefixo PS-ASS, que decolou do pesqueiro Amazônia Fishing Lodge, onde participavam de uma pescaria. A queda ocorreu cerca de 50 minutos após a decolagem.
O Serviço Regional de Investigação e Prevenção a Acidentes Aeronáuticos (Seripa), da Força Aérea Brasileira, foi acionado e já está investigando o acidente. Arni Alberto Spiering era empresário e ex-presidente do time União de Rondonópolis, que decretou luto oficial de três dias em homenagem às vítimas.
Na sexta-feira (16), a Polícia Civil informou que a identificação das cinco vítimas do acidente aéreo ainda não foi concluída, uma vez que os corpos, que foram carbonizados no impacto, se fundiram aos destroços da aeronave, dificultando o processo de remoção.
A delegada de Apiacás, Paula Meira Barbosa, explicou que a identificação oficial das vítimas será realizada por meio de exames de DNA. De acordo com a autoridade policial, a perícia conseguiu resgatar fragmentos ósseos e biológicos humanos, que serão utilizados na análise para confirmar a identidade dos envolvidos.
