Sandro Rossini e Daniella Moura rurais desapareceu em abril de 2020 e até hoje corpos das vítimas não foram localizados
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Alto Boa Vista, concluiu, nesta quinta-feira (22.08), o inquérito policial que apurou o desaparecimento e o duplo homicídio de um casal de produtores rurais, ocorrido em abril de 2020, no município.
Quatro pessoas, entre elas a ex-esposa de uma das vítimas, foram indiciadas pelos crimes de homicídio duplamente qualificado pela promessa de recompensa e motivo torpe, além de ocultação de cadáver.
Além dos quatro indiciados, um advogado, já falecido, também teve o envolvimento identificado no crime. Os restos mortais das vítimas até hoje ainda não foram localizados.
Desaparecimento
O crime ocorreu em abril de 2020, quando o casal Sandro Cedenir Rossini e Daniella Moura desapareceu da propriedade em que moravam, na zona rural de Alto Boa Vista, sem dar notícias. Uma vizinha notou a ausência do casal, que não tinha o costume de deixar a propriedade por muito tempo.
Familiares e funcionários relataram que o último contato com as vítimas foi anterior ao dia 05 de abril. A última visualização no WhatsApp de Sandro foi às 04h19, da mesma data. Na casa, não havia sinais de arrombamento, as portas estavam fechadas e os animais não tinham sido alimentados.
No dia 20 de abril de 2020, a caminhonete do casal foi encontrada carbonizada em uma fazenda localizada a cerca de 17 quilômetros do município de Alto Boa Vista. O veículo foi encontrado pelo dono da propriedade, enquanto caminhava por uma área de mata.
Indiciamento
As investigações finalizadas pelo delegado Regional de Vila Rica, Bruno Gomes Borges, apontaram que a ex-mulher da vítima, junto ao advogado, foram os mentores intelectuais do crime, que contou ainda com a participação de outros três suspeitos, que atuaram como executores das vítimas.
O crime teria sido motivado por vingança, uma vez que Sandro deixou o casamento para assumir um relacionamento com Daniella, indo morar com a nova esposa na fazenda que havia sido comprada pelo ex-casal, quando ainda estavam juntos.
Mesmo após a separação, a investigada mantinha relações comerciais com o ex-marido por terem bens juntos. Como recompensa, a investigada prometeu a um dos executores parte do gado pertencente à vítima, enquanto os outros três envolvidos receberiam valores em dinheiro.