Advogado mencionou que Edgar havia perdido várias partidas para Getúlio, o que poderia ter alimentado sua inveja.
Edgar Ricardo de Oliveira, acusado de ser o autor da chacina que matou sete pessoas em um bar em Sinop, se apresentou em videoconferência pela primeira vez desde sua prisão. Com um visual que contrasta com sua imagem anterior, ele afirmou à juíza: “Eu quero ser julgado em cima da verdade”.
Durante seu depoimento, Edgar alegou que a motivação para o crime não foi a perda de R$ 2 mil em um jogo de sinuca, mas sim os insultos que ele teria recebido. Ele negou ter atirado intencionalmente na menina Larissa, de apenas 12 anos, afirmando que o disparo foi acidental. “Eu não mirei na Larissa em momento algum”, disse.
O advogado de acusação refutou as alegações de Edgar, destacando que ele estava disfarçando suas verdadeiras intenções. O advogado mencionou que Edgar havia perdido várias partidas para Getúlio, o que poderia ter alimentado sua inveja e motivado o crime. Ele também apontou que o ambiente do bar, com a transmissão de um jogo de futebol no dia do crime, não justificava a reação violenta do réu.
Edgar também declarou que se sentiu humilhado pelas provocações e que isso o levou a reagir, ressaltando: “Estou sendo tachado como assaltante. Me sinto envergonhado”. Ele argumentou que agiu em legítima defesa, afirmando que uma das vítimas, Horisberto, exibiu uma arma durante a confusão.
O advogado de acusação destacou as perdas de Edgar durante as partidas de sinuca, mencionando que ele perdeu por sete a zero e, em seguida, por seis a um. Essas derrotas foram vistas como um fator que alimentou sua frustração. O advogado afirmou que a inveja de Edgar em relação ao talento de Getúlio foi uma motivação significativa para suas ações.
Ele também argumentou que, apesar das alegações de Edgar sobre provocações, não houve zombarias ou ressentimentos por parte das vítimas. “Ninguém falava nada”, enfatizou, sugerindo que a atmosfera do bar não justificava a reação violenta do réu.
O advogado questionou a narrativa de Edgar, que tentava sustentar que havia um “combo” de pessoas contra ele. Ele destacou que a denúncia foi aceita pelo Poder Judiciário após uma investigação minuciosa, onde o delegado e o Ministério Público ficaram convencidos da gravidade dos atos de Edgar.
O advogado pediu ao júri que reconhecesse a gravidade do crime, mencionando a premeditação e o uso de uma arma de grosso calibre. Ele descreveu o sofrimento das vítimas durante o ataque, enfatizando que a brutalidade do ato foi exacerbada pela maneira como as vítimas foram tratadas.
O advogado concluiu seu discurso pedindo que o júri considerasse a tortura emocional e física que as vítimas sofreram e que a resposta de Edgar não foi apenas desproporcional, mas também um ato de pura malícia.