Homem matou friamente a esposa com dois tiros certeiros na cabeça; na sequência, fugiu do flagrante, sendo localizado e preso a 60 km do local do crime. Comemorava num bar ter dado fim à vida de Vanuza.
Assassino confesso da esposa, morta com dois tiros na cabeça, Fábio Júnior Ferreira Mendes, 35, mais conhecido por “Paizão”, comunicou a um amigo, por whatsApp, que cometeu esse crime “para que ela aprenda a respeitar homem”. Na mensagem, ele diz ter sido traído pela mulher.
O brutal assassinato aconteceu no domingo (20), numa fazenda na região de Matupá, a 695 km da capital mato-grossense, onde acontecia tradicional reunião festiva de sitiantes.
Consta no boletim policial que o casal se encontrava confraternizando com amigos, momento em que teve início ácida discussão. O homem gritava enraivecido, mandando a mulher ficar quieta e obedecê-lo. Ela fez pouco caso de suas ordens.
Furioso, ele resolveu ir embora, enquanto Vanuza optou por permanecer na festa. Foi aí que ele enviou mensagem a um amigo próximo, informando que ela teria o que merece para aprender a ser fiel, “respeitar homem”.
Na mesma mensagem, Fábio também mandou foto da arma que utilizaria no crime, uma espingarda.
“Só estou aguardando ela voltar; aí, vai ver o que a aguarda”, teria dito em áudio.
Ao ouvir aquilo, o amigo ficou assustado, sem saber qual medida tomar. Conhecedor do temperamento agressivo de Fábio, ele não duvidou de que ele realmente cumprisse aquilo, e assim tentou convencê-lo a não fazer nada.
“Calma aí, não faça nada que vá se arrepender depois”, disse. Mas, para sua surpresa, Fábio demonstrou frieza ao reafirmar estar decidido a dar fim à vida da esposa. Disse, inclusive, que “estava de boa”, termo usual em Mato Grosso.
Sem saber de nada, Vanuza se despediu dos presentes à resenha e saiu da festa de carona com casal de amigos; as filhas desse casal também estavam no carro.
Por esse momento, o amigo de Fábio tentava avisá-la sobre as ameaças do marido, tentando comunicar isso também ao casal. Mas o fato de estarem em trânsito na zona rural, sem sinal de celular, não estabeleceu o contato desejado.
O casal deteve o carro em frente à casa de Vanusa, sem imaginar que o assassino já estava de tocaia, aguardando-a. Ele se aproximou do carro como quem não quer nada, mirando a arma diretamente na cabeça da mulher.
Vanuza foi atingida pelo primeiro tiro ainda dentro do carro. O segundo disparo também atingiu sua cabeça. A vítima veio a óbito minutos após agonizar.
Apavorados, os pais das crianças tentaram protegê-las, mantendo-as abaixadas no banco traseiro. Por sorte, os tiros destinados a Vanuza não atingiram mais ninguém.
Tentando fugir do flagrante, o assassino apoderou-se do carro e saiu em disparada. Os tiros à queima-roupa deixaram suas roupas manchadas de sangue.
No percurso da fuga, ele ainda deteve o carro na casa de amigos, pedindo roupas para trocar.
Ciente do crime, a Polícia Militar começou a fazer rondas imediatas pelas redondezas da região rural, e terminou localizando o criminoso num bar denominado “Casa das Primas”, a 60 km do local do assassinato de Vanuza.
No ato da chegada da guarnição, o feminicida tentou se esconder debaixo de mesa de sinuca, sendo descoberto pelos militares e autuado em flagrante.
Fábio foi algemado e conduzido à Delegacia de Polícia Judiciária Civil, para as providências de praxe.
No bar, várias pessoas contaram aos policiais que ele já chegou ao local anunciando ter matado sua esposa a tiros de espingarda. Aparentemente, estava comemorando o crime, sem demonstrar nenhum arrependimento.