Semanalmente o urologista Anderson Gonçalves, que atua no Hospital Regional de Cáceres, atende cerca de 40 pacientes da região sudoeste com problemas na próstata, a maioria com câncer em estágio avançado e incuráveis.
Ao longo do ano, são quase dois mil atendimentos que somados aos feitos pelo urologista Apolo Polegato Fretais Júnior, na rede municipal em Cáceres, elevam os casos para mais de 3 mil.
Segundo Anderson Gonçalves, os números são maiores já que muitas pessoas que possuem a doença não procuram tratamento.
A maioria por falta de informação e por resistência cultural ao exame do toque.
‘Hoje temos dois tipos de exames preventivos gratuitos na rede pública, mas infelizmente a maioria não tem conhecimento disso. Falta divulgação e uma campanha permanente para quebrar a barreira cultural que existe em torno do exame de toque, o mais preciso’, completou o médico que realiza cerca de vinte cirurgias por semana de prevenção e tratamento do câncer de próstata.
Dois exemplos de falta de informação e barreia cultual em relação a doença são os lavradores Jose Calixto da Silva, de 63 anos, que residente da zona rural de Lambari D’Oeste e Carlos Cabral, 61, anos, morador da localidade de Carrapatinho, em Cáceres.
Após uma crise de dores, seu Calixto, passou por uma cirurgia no hospital São Luiz, em Cáceres, para retirar um tumor na próstata. Aliviado, por voltar a fazer xixi se sentir dor, lamentou o fato de não ter se cuidado.
O mesmo aconteceu com Cabral. Ele teve que fazer uma raspagem na próstata. Ainda no hospital São Luiz onde fez a cirurgia e passou pelo processo de recuperação, afirmou que a situação lhe serviu de lição.
‘Se tivesse procurado um médico e feito o exame preventivo, certamente não teria passado por isso’, lamentou.
Este mês de novembro é dedicado a prevenção do câncer de próstata que não é problema de Cáceres e região.
Estimam-se 61.200 casos novos de câncer de próstata para o Brasil em 2016. Esses valores correspondem a um risco estimado de 61,82 casos novos a cada 100 mil homens.
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é o mais incidente entre os homens em todas as Regiões do país, com 67,59/100 mil no Centro-Oeste.
Exames
Os exames de próstata mais comuns para detectar alterações, como inflamação ou câncer por exemplo, são o exame de sangue do PSA e o de toque retal, feito pelo urologista ou proctologista, que palpa a próstata para saber o seu tamanho e verificar se está aumentada.
Estes exames normalmente devem ser realizados 1 vez por ano a partir dos 50 anos de idade, mas quando há histórico familiar de câncer de próstata, a prevenção deve ser feita a partir dos 45 anos. Além disso, quando o paciente já teve câncer da próstata ou diagnóstico de hiperplasia benigna prostática, o exame deve ser feito anualmente, independente da idade.