A Polícia Judiciária Civil deflagrou na manhã desta quinta-feira (10) a operação “Hidra de Lerna” para combater crime de corrupção em duas agências do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran). Desde as primeiras horas, 160 policiais civis estão nas ruas para o cumprimento de 15 mandados de prisão preventiva e 18 conduções coercitivas - totalizando 33 ordens judiciais -, nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande e Nossa Senhora do Livramento (42 km ao Sul).De acordo com informações da assessoria da Polícia Civil, a operação, denominada “Hidra de Lerna” (animal da mitologia grega, com corpo de dragão e nove cabeças de serpentes, hálito venenoso e que se regenerava), foi desencadeada depois de investigações da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva) e do Núcleo de Inteligência da Regional de Cuiabá.
O trabalho é acompanhado pela Corregedoria do Detran e a Coordenadoria de Fiscalização de Credenciados, que deram total apoio durante as apurações da Especializada em Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva). Uma ação semelhante foi desencadeada na quarta-feira (09), em Comodoro (644 km a Oeste), culminando na prisão do chefe da 42ª Ciretran e de seu pai, por esquema criminoso montado naquela unidade de trânsito.
Investigação
A investigação presidida pela Derrfva iniciou em 2015, ainda quando o secretário de Segurança Pública, Rogers Elizandro Jarbas, presidia o Detran-MT. Todo o trabalho começou no Setor de Vistorias do Departamento de Trânsito, em que havia suspeita de que veículos roubados ou furtados, que eram passados pela vistoria sem nenhuma restrição.
As investigações, que tiveram outras operações já desencadeadas, evoluíram chegando a descoberta de uma esquema maior na 5ª Circunscrição Regional de Várzea Grande (Ciretran), onde despachantes vendiam facilidades para que terceiros tivessem veículos com irregularidades vistoriados por servidores da unidade como se fosse carro regular, conforme a legislação de trânsito.
Outro “serviço” prestado era denominado “vip” e consistia no pagamento de propina para antecipar agendamentos de vistoria veicular. O valor cobrado variava entre R$ 50 a 100, por veículo.
O esquema ia ainda além. Quando os benefícios não eram obtidos em Várzea Grande, os supostos clientes eram direcionados a procurar a Agência Municipal de Trânsito de Nossa Senhora do Livramento, que entre os serviços criminosos prestados estava à suspensão de multas de trânsito e pontos na carteira de habilitação, junto a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), ligada a Prefeitura de Cuiabá.
Os mandados foram expedidos pela Sétima Vara Criminal de Cuiabá.
Efetivo empregado
A operação Hidra em Cuiabá conta com a participação de 160 policiais civis, entre delegados, investigadores e escrivães, lotados na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva), Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), Delegacia de Roubos e Furtos (Derf), Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), Delegacia do Adolescente (DEA), Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DDM), Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran), Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Delegacia Fazendária (Defaz), Delegacia do Meio Ambiente (Dema), Delegacia de Roubos e Furtos de Várzea Grande 1ª Delegacia de Polícia – Centro de Várzea Grande.