Os servidores administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que estão em greve há 18 dias, fecharam, nesta sexta-feira (11), as duas principais entradas de acesso ao campus de Cuiabá, em protesto contra a PEC 55/16, que prevê o congelamento dos investimentos públicos em todas as áreas, incluindo educação, pelos próximos 20 anos. A UFMT informou, por meio de assessoria, que respeita a greve dos profissionais.O diretor do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFMT (Sintuf), Fábio Ramirez, afirmou que os manifestantes estão impedindo a entrada de veículos, mas que o acesso à universidade pode ser feito a pé.
"As pessoas podem acessar a UFMT a pé. As guaritas estão bloqueadas para a entrada de veículos. As aulas foram suspensas. A universidade está praticamente parada", declarou. A UFMT, no entanto alegou que as aulas estão sendo ministradas.Ele questiona a eficácia dessa lei no controle dos gastos públicos. "Essa é a PEC que limita gastos nas áreas sociais. A PEC não questiona os 45% do orçamento [do governo federal] que são gastos para pagar a dívida pública da União. A consequência direta da PEC é o corte direto na educação. Serão 20 anos sem investimentos na educação. É o desmantelamento da educação pública", argumentou Ramirez.Devido à greve, o zoológico da UFMT não está aberto à visitação, o Hospital Veterinário reduziu o horário de atendimento, o complexo esportivo da instituição está fechado, assim como o parque aquático do campus.
Ao todo, serão 2.700 servidores em greve nos campi de Rondonópolis, Barra do Garças e Sinop, além de Cuiabá.
PEC
Aprovada pela Câmara dos Deputados no dia 26, a PEC 241 recebeu nova numeração ao passar a tramitar no Senado, sob a numeração de PEC 55.
Tida como prioridade pelo governo do presidente Michel Temer para reequilibrar as contas públicas, a PEC foi aprovada pela Câmara em segundo turno, por 359 votos a 116 (e 2 abstenções) e, agora, passará a ser analisada pelo Senado.
Por se tratar de uma emenda à Constituição, para entrar em vigor, o texto precisa do apoio de, pelo menos, três quintos dos senadores (49 dos 81). Se os parlamentares aprovarem algum tipo de mudança no texto original, a PEC retornará à Câmara.
O prazo final de tramitação da proposta no Senado é até o dia 13 de dezembro.