Presos da ala de segurança máxima da Cadeia Pública de Barra do Garças (500km) ameaçaram agentes penitenciários, caso eles não promovam a transferência de reeducandos que não pertençam a facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
Mediante a ameaça, os funcionários denunciaram o caso à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). A ocorrência foi oficializada em dezembro.
De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen-MT), os agentes receberam ligações de membros de uma facção criminosa, solicitando a transferência de detentos de uma facção rival, presos naquela cidade. Na ligação, o detento ameaça os servidores, caso a exigência não seja cumprida.
"Se você não tirar até quarta-feira, nós vamos começar a agir contra vocês e seus familiares. Se não acredita, paga pra vê (sic)", diz o trecho da ameaça apresentada aos agentes.
Para o presidente do Sindispen-MT, João Batista, o motivo para esse tipo de ameaça é a superlotação não só em Barra do Garças, mas em presídios de todo país.
"Esse tipo de amaça não é de hoje que acontece. Porém, isso nos deixa em alerta no momento, principalmente por conta do momento que o país passa. A superlotação é o principal motivo para que isso aconteça" disse João Batista.
Pela manhã, o novo secretário de Administração Penitenciária, coronel PM Airton Siqueira Júnior, disse que já mapeou os problemas e pretende conhecer de perto. "Vamos in loco nas cadeias de Mato Grosso e pedi, em reunião tanto com o governador, quanto com o ministro da Justiça, a construção de novas unidade penitenciárias. Não temos condições de receber mais presos. E essa questão de superlotação pode gerar mais conflito de presos com a sociedade e os servidores", disse o coronel.
O setor de inteligência verificou e nega que houve ameaça.