A tenente do Corpo de Bombeiros, Isabela Ledur, deve depor nesta quinta-feira (2), sobre o caso do aluno Rodrigo Claro, de 21 anos, que morreu após passar mal na aula prática em uma lagoa, no dia 15 de novembro de 2016, em Cuiabá. A morte de Rodrigo é investigada pela Polícia Civil e também pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso.
Rodrigo revelou à família ter medo de participar das atividades por ser perseguido pela tenente que atuava como instrutora de salvamento aquático no curso. Segundo a assessoria da Polícia Civil, o depoimento da tenente está previsto para as 14h, na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá.
Ela deve ser ouvida pela delegada responsável pelo caso, Juliana Chiquito Palhares. O G1 não localizou a defesa da tenente.
De acordo com a assessoria do Corpo de Bombeiros, além da tenente, outras 11 pessoas responsáveis pelo curso continuam afastadas do cargo e devem cumprir funções administrativas até a conclusão do inquérito. A previsão é que o inquérito policial militar seja concluído em breve.
Rodrigo foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML).
O caso
Aproximadamente 30 alunos participavam do curso e eram supervisionados por cinco coordenadores, entre eles a tenente e um coronel. Todos que estavam no local serão ouvidos, segundo a Polícia Civil. A tenente, responsável peals atividades, já foi afastada do cargo que ocupa.
Rodrigo queixou-se de dor de cabeça durante a realização das aulas. O aluno realizava uma travessia a nado na lagoa e quando chegou à margem informou o instrutor que não conseguiria terminar a aula.
Em seguida, segundo os bombeiros, ele foi liberado e retornou ao batalhão e se apresentou à coordenação do curso para relatar o problema de saúde. O jovem foi encaminhado a uma unidade de saúde, onde sofreu convulsões.
No dia em que passou mal, Rodrigo enviou mensagens para mãe contando que estava com medo.Nas mensagens enviadas por um aplicativo de telefone, Rodrigo alerta a mãe sobre o que poderia acontecer. “Se você não conseguir, passar mal, sei lá. Até eles te pegarem e verem que você não está de corpo mole”, diz a mensagem.
Horas depois, Rodrigo volta a falar com a mãe e mandou a última mensagem antes de ser internado em coma. “Não consegui. Estou mal. Vou para a coordenação”, diz trecho da mensagem.