Com passos curtos, mas com o objetivo de chegar até o USA, Paulo Cícero de Lima, 55, chegou a Pontes e Lacerda , ele esta na estrada desde do dia 17 de agosto do ano passado. Já percorreu quase dois mil km, carregando uma cruz de 40 quilos sob as costas.
Esse sacrifício do Paulo é a forma que ele encontrou de protestar contra a justiça brasileira, pois segundo ele foi preso injustamente por um crime que não cometeu e ficou mais de 16 anos preso. Ele foi condenado por um crime ocorrido em 1993, uma jovem de 21 anos no interior de São Paulo foi morta a marretadas. A ação teria acontecido em frente a uma criança de 4 anos.
Paulo Cícero sofre até hoje pelo crime que não cometeu. “Não fiz aquilo eu estava passando pelo local e a polícia me pegou. Estava com a roupa suja de sangue de uma galinha que tinha matado. Não quiseram me ouvir”, reclama.
O andarilho chegou a Pontes e Lacerda por volta das 8 horas deste domingo (16-04), e fez o trajeto pela cidade de Jauru, onde foi recebido com uma queima de fogos, além de receber apoio para viajem e uma linda camiseta com a imagem do padre Nazareno. “Eles me receberam muito bem, além de me motivarem a seguir o meu caminho, passei por pequenas cidades onde encontrei um povo muito hospitaleiro, e peguei muito barro também, foi difícil esse trajeto, mas tirei de letra e sem presa”, Enfatizou.
Paulo deixou a cadeia em 2009. Desde então ele tenta mudar sua história. Quando perguntado sobre o local do crime ele destacou, “Voltei ao local onde minha vida foi enterrada, conversei com as pessoas e muita gente ainda está viva. Fui acusado por um homem que se dizia policial, mas não era. Me contaram que na verdade o crime foi um acerto de contas”, explica o andarilho.
A cruz custou cerca de R$ 200 e é feito em madeira e possui uma roda para ajudar no traslado e pesa cerda de 40 quilos. Com passadas curtas e ainda mancando por causa de uma fratura que sofreu no inicio do trajeto, Paulo continua sua jornada e o seu objetivo e chegar no destino até o final do ano.
A nossa equipe de reportagem tentou carregar a cruz e não foram nem 20 metros e, o desconforto foi sentido pelo repórter Ricardo Augusto. Agora você imagina o quando ele vem sofrendo nesses quase dois mil km. Mas ele falou que tá feliz, e que tem gente que carrega cruzes maiores, mas não precisam fazer o que estou fazendo, “Pessoas sofrem a vida toda carregando nas costas o peso de algo que pode ser resolvido rapidamente, mas eles preferem se fecharem no mundo obscuro e carregar suas cruzes sozinhos, não deixa isso acontecer com você, tenha coragem de enfrentar os seus problemas”, Enfatizou com um sorriso de despedida.