Diante do aumento no preço dos impostos dos combustíveis, centenas de caminhoneiros irão bloquear as rodovias e paralisar suas atividades no Estado a partir de terça-feira (1). A medida foi anunciada pelo Governo Temer na última semana e ocasionou acréscimos de R$ 0,41 por litro de gasolina, R$ 0,20 no álcool e outros R$ 0,21 por litro no diesel em Mato Grosso. Além do Movimento dos Transportadores de Grãos e Derivados (MTG), que está à frente da organização, centrais sindicais e movimentos sociais deverão contribuir com o ato, que não tem data para ser encerrado.
Em decorrência da alteração a alíquota do PIS/Cofins para a gasolina mais que dobrou, passando dos atuais R$ 0,3816 por litro para R$ 0,7925 por litro. No caso do diesel subiu de R$ 0,2480 para R$ 0,4615 nas refinarias. Para o produtor do etanol, passou de R$ 0,12 para R$ 0,1309 por litro. Para o distribuidor, a alíquota, atualmente zerada, sobe para R$ 0,1964.
O líder do MTG, Gilson Baitaka, considera a medida como “criminosa” e conclama toda a sociedade para participar dos atos. “O Governo fez isso justo no ano em estávamos conseguindo equilibrar as contas, graças ao clima e a uma boa safra observada em todo o país. Nós não somos os únicos a sofrer com o aumento, as passagens vão subir as roupas, os alimentos, tudo. Por isso a população deve aproveitar a oportunidade para se manifestar.”
De acordo com ele, centrais sindicais e movimentos sociais, sejam quais forem, também são bem vindos na luta. “Temos que nos unir e reagir. A crise não foi criada pela sociedade, não podemos pagar por um governo que vem de uma sucessão de erros e não consegue se manter. Esse dinheiro que falta pra fechar as contas está nas malas, meias e cuecas de políticos corruptos. É de lá que ele tem que sair e não ser retirado da sociedade. Estamos em contato também os representantes do transporte coletivo, que com certeza irão sofrer com essa situação.”
Ao longo da paralisação, os caminhoneiros bloquearão as rodovias com pneus, permitindo apenas a passagem de veículos de passeio. A recomendação, no entanto, é que os motoristas peguem a estrada apenas em casos de urgência, uma vez que, mesmo diante da orientação do MTG, outros profissionais podem inviabilizar a passagem totalmente em determinados locais. Se registrada, este tipo de ação fica sob responsabilidade da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Na manhã desta terça-feira (25), o juiz federal da 20ª Vara, Renato Borelli, suspendeu o aumento dos impostos sobre combustíveis em todo o país. A gestão de Temer, no entanto, ainda não foi notificada e poderá dar início a uma batalha judicial para reverter a decisão. O posicionamento já é esperado tanto pelos motoristas quanto pelos empresários. Caso a expectativa não se confirme e o governo recue, a manifestação será suspensa pelo MTG