Secretário de Meio Ambiente de Nova Ubiratã afirma que incêndios são criminosos e registrou boletim de ocorrência na polícia. Vídeo mostra produtora rural chorando por ter que sacrificar animais com queimaduras.
Pelo menos 23 vacas leiteiras e bezerros morreram vítimas de incêndios em sítios localizados no Assentamento Boa Esperança, no Distrito de Entre Rios, em Nova Ubiratã, a 506 km de Cuiabá, de acordo com o secretário de Meio Ambiente do município, Ari Antônio Basso. Ele afirmou já ter registrado boletim de ocorrência na Polícia Civil para que os autores dos incêndios, que, segundo ele, são criminosos, sejam investigados.
Para ajudar no combate às chamas, o secretário disse que a prefeitura protocolou nessa segunda-feira (18) um ofício no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Sinop, a 503 km de Cuiabá.
"Solicitamos apoio do Ibama, porque não conseguimos mais controlar (o fogo) e eles (do Ibama) têm o Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais) que atua no combate a incêndios e podem nos ajudar", declarou.
Ele disse que o fogo, que começou há cerca de 30 dias, já causou inúmeros prejuízos, como a destruição de pastagens em sítios e Áreas de Preservação Permanente (APPs) e a morte de vacas, que são a fonte de renda de famílias que vivem da venda de leite, e de animais silvestres. A estimativa da secretaria é que o incêndio já tenha destruído mais de 350 hectares.
Segundo o secretário, somente no Distrito de Entre Rios são registrados mais de 20 focos de incêndio e a prefeitura não tem estrutura para combatê-los. "Fizemos campanhas de conscientização e quando existe a possibilidade fazemos aceiros para evitar a propagação do fogo, mas como o município ainda é novo não dispomos de estrutura e maquinários para isso", explicou.
O fogo também atingiu a área de casas do distrito. "O incêndio na parte urbana comprometeu muito o setor madeireiro da região", afirmou.
O prefeito de Nova Ubiratã, Valdenir José dos Santos (PSDB), explicou que esse assentamento tem mais de 400 sítios, que ficam a aproximadamente 150 km da zona urbana.
"Depois que pega fogo, nesse período de seca, é difícil controlar. Temos muitas dificuldades. E os prejuízos são grandes para os produtores, alguns deles tiveram que sacrificar os animais que estavam com queimaduras", lamentou o prefeito.