Equipe do Ibama e 38 brigadistas indígenas fazem trabalho de contenção dos focos de incêndio. Fogo supostamente criminoso teria sido motivado por demarcação de território, diz Ibama.
Há três semanas uma equipe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e 38 brigadistas indígenas tentam combater um incêndio no Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso. O chefe do Ibama, Leandro Nogueira, explicou que incêndios criminosos são comuns no local em retaliação a uma demarcação de território indígena, em 2016.
A área mais atingida pelos fogos de incêndio está localizada no município de Gaúcha do Norte, a 595 km de Cuiabá, onde vivem índios da etnia Kalapalo.
Segundo ele, os crimes são cometidos por não-indígenas, que antes habitavam a região onde atualmente pertence ao território indígena Pequizal do Naruvôto, em Gaúcha do Norte. A área atingida fica na divisa com o Parque Indígena do Xingu.
"Como forma de retaliação, essas pessoas começam a provocar incêndios no local. Diariamente somos notificados sobre casos como esse”, explicou.
Para Leandro, a probabilidade do fogo ter começado de forma natural é quase nula. Como a área é de difícil acesso, um helicóptero do Ibama está auxiliando no trabalho de contenção do fogo.
“A prioridade é controlar os focos de incêndio para que o fogo não chegue até as aldeias, pois queremos preservar a população indígena”, disse.
O órgão informou que ainda não há informações sobre a quantidade de hectares que foram devastados até o momento.
O Parque Nacional do Xingu é a maior reserva indígena do Brasil. Abriga cerca de 6 mil habitantes, remanescentes de 16 etnias que conservam seus rituais mesmo diante da interferência do homem.