Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) referentes ao mês de agosto apontam que Mato Grosso foi responsável por 40% do desmatamento entre os Estados da Amazônia Legal. Os relatórios estatísticos mostram que Mato Grosso desmatou 73 quilômetros quadrados no mês de agosto. O Estado também registrou 89% de degradação entre os Estados da Amazônia Legal.
Em comparação com mesmo período do ano passado, o Estado foi o único que apresentou crescimento no desmatamento. Em agosto de 2016 foram 67 quilômetros quadrados desmatados, um crescimento de 4% neste ano. Os dados do Imazon mostram que em agosto de 2017, o desmatamento ocorreu em Mato Grosso (40%), Pará (32%), Acre (9%), Rondônia (9%), Amazonas (8%) e Roraima (2%).
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 391 quilômetros quadrados em agosto de 2017. Em relação a agosto de 2016 houve redução de 37%, quando a degradação florestal somou 619 quilômetros quadrados. Em agosto de 2017 a degradação ocorreu no Mato Grosso (89%), Pará (10%) e Amazonas (1%). A maioria (63%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Unidades de Conservação (20%), Assentamentos de Reforma Agrária (14%) e Terras Indígenas (3%).
O levantamento traz ainda no ranking dos 10 municípios críticos em desmatamento, cinco mato-grossenses. Na lista aparece Porto dos Gaúchos em 3° lugar, Nova Maringá em quarto e Santa Carmem em quinto. Completam o ranking Brasnorte e Claúdia em oitavo e décimo lugar respectivamente.
O relatório traz ainda os assentamentos onde foram registrados desmatamento. A PA Japuranoman, em Nova Bandeirantes, está no topo da lista. Em sexto lugar aparece a PA Tibagi, em Brasnorte. Duas terras indígenas também estão na lista, a Terra Indígena Menkü está em primeiro lugar no levantamento do Imazon e a TI Sararé em quinto lugar.
Em relação aos dados, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) informa que os estudos divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) compõem apenas um alerta que orienta os estados no planejamento das ações de fiscalização em campo ao longo do ano. Os dados não podem ser comparados com as taxas anuais, divulgadas normalmente em novembro, e revistas em abril do ano seguinte, pelo Sistema Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite - Prodes (do governo federal).
“O combate ao desmatamento ilegal é prioridade para o governo de Mato Grosso. Devido ao incremento de 214% nas ações de fiscalização, a Sema registrou uma queda de 16% na taxa de desmatamento no estado, entre agosto de 2015 a julho de 2016, de acordo com dados do relatório de Monitoramento de Cobertura Vegetal do órgão ambiental”, confirma Sema.
Os números mostram uma diminuição de 1.453,67 km² (2015) para 1.216,66 km², no ano passado. Nos últimos 10 anos, o Estado reduziu em cerca de 80% o desmatamento na Amazônia. A média de desmatamento que era de 5.714 km², entre 2001 e 2010, caiu para 1.216,66 km² em 2016.
O secretário de Meio Ambiente Carlos Fávaro afirma que o estado está buscando meios de cumprir o compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2020, por meio de parcerias visam não só o aumento dos instrumentos de comando e controle, como implementação de ações de valorização da floresta em pé por meio de políticas de REDD+, entre elas, com o banco alemão KfW que vão garantir 17 milhões a Mato Grosso.