As causas de incêndio que durou 10 dias e destruiu 60% da reserva indígena Tadarimana, da etnia Bororo, na região de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, são investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso. O incêndio, ocorrido entre o final de agosto e setembro, destruiu a vegetação local, matou muitos animais e ocasionou diversos problemas de saúde aos indígenas, obrigando parte deles a deixarem suas aldeias.
Nessa área, vivem 604 índios bororos, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai). O MPF abriu um inquérito civil público para verificar as causas do incêndio. Devido à proximidade da terra indígena com Rondonópolis e por questões geográficas, a fumaça ocasionada pelo incêndio – somada a outros focos de queimadas urbanas e rurais – ficou estacionada sobre a cidade, e também causou prejuízos à saúde da população.
Representantes dos Ministérios Públicos, Corpo de Bombeiros e da Funai fizeram uma reunião, onde foi esclarecido que as causas do incêndio dependem de perícia e que a situação da terra indígena agravou-se em razão da mata fechada. Outro ponto levantado é que a situação poderia ter sido minimizada se houvesse um plano preventivo de combate ao fogo.
O Corpo de Bombeiros esclareceu ainda que recebeu importante apoio da Funai e dos indígenas, porém a falta de equipamentos e estrutura adequada impediu um controle mais efetivo do incêndio. Para os bombeiros, o uso de tecnologias – como um drone e um melhor treinamento dos indígenas, com fornecimento de equipamentos adequados – poderia ter ajudado no controle mais rápido dos focos de incêndio.
O MPF solicitou ao Corpo de Bombeiros a realização de perícia para determinar as causas e autoria do incêndio ocorrido na Terra Indígena Tadarimana, bem como a elaboração de plano preventivo de combate a incêndio acompanhado da relação e cotação de materiais, e relação de equipamentos úteis e necessários às atividades.