Os detentos de Mato Grosso iniciaram nesta segunda-feira (6) uma greve de fome para cobrar melhorias nas estruturas das penitenciárias e nos serviços prestados pelo governo. De acordo com os próprios presos, todos os detentos do estado se recusaram a aceitar as alimentações fornecidas e se negaram a sair das unidades para atendimentos de saúde e audiências. Os detentos afirmam que o manifesto é pacífico.
Em nota, a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh-MT), alega que a greve é parcial e que apenas parte dos detentos não aceitaram as refeições servidas nesta sexta-feira.
De acordo com a pauta de reivindicações, encaminhada pelos detentos à reportagem, o movimento aponta, entre outras deficiências, a falta de dentistas nas unidades prisionais, a superlotação carcerária e a falta de oportunidade de trabalho.
“Hoje, vários detentos morrem pela negligência da parte do governo que não contrata médico e falta de medicamentos adequados para os tratamentos”, diz trecho da reivindicação.
Em outubro, cerca de 60 presos foram diagnosticados com tuberculose na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. A superlotação das celas é atribuída pelo Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen) como possível causa da proliferação da doença.
O Sindspen informou que, em uma cela com capacidade máxima para oito pessoas, abrigando aproximadamente 40 presos. Atualmente, mais de 2 mil homens estão presos na unidade.
Em relação ao tratamento da tuberculose, o governo informou que todos os detentos diagnosticados com a doença recebem diariamente a medicação e passam por exames mensais.
Sobre a falta de medicamentos, a Sejudh alegou que os remédios são fornecidos pelas secretarias municipais. O órgão informou ainda que deve contratar médicos para repor e ampliar o quadro de servidores do sistema penitenciário.
O advogado Robson da Silva, que representa os detentos, diz que um documento com a pauta de reivindicações foi protocolado na Sejudh-MT. O órgão, no entanto, nega. O movimento deve durar até que as reivindicações sejam atendidas.