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Desemprego fica em 12% e atinge 12,6 milhões de brasileiros

Publicado em: 29/12/2017
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O desemprego ficou em 12% no trimestre encerrado em novembro, segundo dados da Pnad Contínua, divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a menor taxa do ano, mas a maior para o período de setembro a novembro de toda a série histórica, iniciada em 2012. No período, o Brasil tinha 12,6 milhões de desempregados.

Em relação ao trimestre anterior, de junho a agosto, a taxa de desocupação recuou 0,6 ponto percentual. Na comparação com o mesmo trimestre de 2016, quando a taxa ficou em 11,9%, houve estabilidade.

“A queda dessa taxa se dá pelo aumento da ocupação e não pela saída de pessoas da força de trabalho”, destaca Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O pesquisador enfatizou que enquanto a ocupação cresceu 1,9%, o crescimento demográfico no mesmo período foi de 1,3%. "Esse é um movimento positivo", analisa.

No entanto, o pesquisador ressalta que há precariedade na criação dos empregos. “Essa ocupação que aumenta é voltada para empregos sem carteira de assinada e para trabalho por conta própria. Ou seja, a geração de emprego é de trabalhos precários”, pondera.

Azeredo enfatizou que, embora o desemprego esteja em queda, o Brasil tem hoje "praticamente o dobro de desempregados do que tinha há quatro anos”. O menor contingente de desocupados no país na série histórica da pesquisa foi observado em novembro de 2014, quando chegou a 6,3 milhões.

População ocupada e desocupada

A população desocupada, de 12,6 milhões, caiu 4,1% (menos 543 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior, terminado em agosto, quando a desocupação foi estimada em 13,1 milhões de pessoas. Já ante igual trimestre de 2016, quando havia 12,1 milhões de desocupados, a alta foi de 3,6% (mais 439 mil pessoas). De acordo com o IBGE, é o menor contingente de desempregados desde dezembro de 2016.

Já a população ocupada (91,9 milhões) cresceu 1% em relação ao trimestre anterior (mais 887 mil pessoas). Segundo o IBGE, é o maior contingente de ocupados desde dezembro de 2015. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (90,2 milhões de pessoas ocupadas), o crescimento foi de 1,9% (mais 1,7 milhão de pessoas).

O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi estimado em 54,4% no trimestre terminado em novembro, com alta de 0,4 ponto percentual ante o trimestre anterior (54%). Em relação a igual trimestre do ano anterior, quando o nível da ocupação no Brasil foi de 54,1%, também houve aumento de 0,4 ponto percentual.

“O nível de ocupação cresceu porque o número de pessoas ocupadas subiu mais do que a população em idade para trabalhar. Mas esse número tem que ser visto com cautela, pois, ao mesmo tempo em que o crescimento da taxa de desocupação desacelerou, a qualidade das ocupações caiu. O mercado de trabalho está cada vez mais voltado para a informalidade”, explica Azeredo.

Com e sem carteira assinada
O número de empregados com carteira de trabalho assinada (33,2 milhões) ficou estável frente ao trimestre anterior terminado em agosto. No confronto com mesmo trimestre de 2016, houve queda de 2,5% (menos 857 mil).

Já o número de empregados sem carteira de trabalho assinada (11,2 milhões de pessoas) cresceu 3,8% em relação ao trimestre anterior (mais 411 mil pessoas). Em relação ao mesmo trimestre de 2016, a alta foi de 6,9% (mais 718 mil pessoas).

Por conta própria e domésticos
A categoria dos trabalhadores por conta própria (23 milhões de pessoas) ficou estável na comparação com o trimestre terminado em agosto. Em relação ao mesmo período de 2016, houve alta de 5% (mais 1,1 milhão de pessoas).

Os empregadores (4,4 milhões de pessoas) aumentaram em 4,6% em relação ao trimestre anterior e 5,8% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (mais 243 mil pessoas).

O número de trabalhadores domésticos (6,3 milhões de pessoas) cresceu 3,5% no confronto com o trimestre anterior e 4,1% frente ao mesmo trimestre de 2016 (mais 250 mil pessoas).

Azeredo apontou que, desde o início da crise econômica e seus consequentes reflexos no mercado de trabalho, tem-se observado um crescimento constante no número de trabalhadores domésticos.

“Isso é um número bastante expressivo, considerando que são os salários mais baixos, que 95% destes trabalhadores são mulheres e que 60% são pretos ou pardos. Além disso, é uma forma de inserção no mercado com pouca carteira assinada. Por isso, a gente não pode ver como ponto positivo a entrada desses trabalhadores no mercado de trabalho”, comenta.

Segundo o pesquisador, o trabalho doméstico é uma válvula de escape para sobrevivência. "O Brasil é o país com maior incidência de trabalho doméstico do mundo", analisa.

Já o grupo dos empregados no setor público (inclusive servidores estatutários e militares), estimado em 11,6 milhões de pessoas, apresentou estabilidade em ambas as comparações.

Azeredo avalia que, apesar do aumento da ocupação e consequente queda na desocupação, a pesquisa mostra “um mercado de trabalho não favorável em termos de qualidade do trabalho registrado”. Ele enfatiza que o aumento de postos de trabalho foi voltado para trabalhos de baixa qualidade, com precariedade em termos de registro formal, uma vez que foi puxado pelo aumento do trabalho doméstico, do emprego sem carteira assinada, do trabalho por conta própria e dos pequenos empregadores.

O pesquisador do IBGE lembra que, historicamente, é um processo natural que a saída de uma crise no mercado de trabalho se dê por meio da informalidade. "Entretanto, tem postos de trabalho que se criam nesse processo que não se desfazem. As pessoas que estão hoje em vias públicas, como os ambulantes, não vão se formalizar, a não ser que mudem de trabalho por meio da contratação formal em outra atividade", diz.

Rendimento

O rendimento médio recebido pelas pessoas ocupadas (R$ 2.142) no trimestre terminado em novembro ficou estável frente ao trimestre anterior (R$ 2.122) e também em relação ao mesmo trimestre de 2016 (R$ 2.087).

Ocupação por atividades
Houve crescimento de ocupados em relação ao trimestre anterior nos setores de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (1,3%, ou mais 223 mil pessoas); informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (2,2%, ou mais 219 mil pessoas); outros serviços (2,8%, ou mais 124 mil pessoas) e serviços domésticos (3,5%, ou mais 214 mil pessoas).

Na comparação com mesmo trimestre de 2016, cresceu o número de ocupados na indústria (3,4%, ou mais 394 mil pessoas); alojamento e alimentação (9,2%, ou mais 439 mil pessoas); informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (5,3%, ou mais 512 mil pessoas); outros serviços (5,6%, ou mais 247 mil pessoas) e serviços domésticos (3,8%, ou mais 236 mil pessoas). Houve redução apenas no grupamento de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (4,3%, ou menos 380 mil pessoas).

Fonte: G1 MT

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