A economia de Mato Grosso cresceu 10 vezes mais que a média nacional, de acordo com números apresentados pela Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan), nessa terça-feira (27), mas as contas do estado não batem, já que o governo continua dizendo que está em crise.
"O estado não tem uma crise econômica, tem uma crise financeira, porque, as receitas mesmo crescendo em função da economia, as despesas cresceram mais que a receita", afirmou o secretário de Planejamento, Guilherme Müller.
O setor que alavancou esse número foi o da agricultura e pecuária, que cresceu 49,8% no terceiro trimestre do ano passado e contribuiu com a recuperação da economia.
A Seplan divulgou que Mato Grosso cresceu 14,1% no terceiro trimestre de 2017, que corresponde aos meses de julho, agosto e setembro do ano passado, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Entre os nove estados que divulgam o PIB, Mato Grosso foi o que mais cresceu em 2017: 14,1%. No mesmo período, o Brasil cresceu 1,4%.
"Mato Grosso voltou a crescer em 2017, indicando que está saindo da crise. O processo de produção de Mato Grosso voltou à situação normal do passado, mas passou por uma crise", disse o secretário.
Já o Rio Grande do Sul, 0,0%; Bahia, 0,1%; Minas Gerais, 0,1%; Pernambuco, 1,6%; São Paulo, 2,3%; Ceará, 2,8%; Espírito Santo, 3,0%, e Goiás, 3,3%.
O crescimento econômico é um contraponto à crise que alguns setores essenciais enfrentam, como a saúde, por exemplo. Hospitais filantrópicos e regionais passam dificuldades e até paralisaram os atendimentos, e os servidores do MT Saúde, mesmo contribuindo todos os meses, não conseguem consultas e internações.
O anúncio da criação de um fundo de estabilização fiscal e os atrasos no repasse do duodécimo aos poderes ainda são motivos de discussão, descontentamento e reclamação.
O projeto que prevê a criação do fundo ainda será enviado à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para votação.
"Já tive conhecimento do projeto, deve ser encaminhado ate a semana que vem (à ALMT) e vai gerar mais recursos para o estado, para que o governo regularize a saúde e o duodécimo", disse o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (PSB).