Com as mudanças na tabela de preço mínimo para os fretes no país, os produtores rurais de Mato Grosso não estão negociando o escoamento de grãos do milho. Os armazéns ainda estão com sacas de soja que não foram transportados desde a paralisação dos caminhoneiros, que durou 10 dias em maio.
Em uma fazenda localizada em Diamantino, a 209 km de Cuiabá, a colheita do milho teve início na semana passada. A produção começou a ser vendida antes do plantio da lavoura, segundo o produtor rural Amarildo Chirstofolli.
"Temos contratos das sacas e, mesmo com o frio, a colheita do milho está boa", disse.
Mesmo com a redução das áreas de plantio previstas no estado, a fazenda do produtor rural Erny Parisenti aumentou a área cultivada, de 11 mil hectares para 14 mil.
"Conseguimos avançar com a colheita da soja e, ao mesmo tempo, aumentar o plantio do milho", contou.
Com aumento de 30% na produção, a preocupação é estocar o grão do milho. Além da falta de espaço no armazém, a paralisação dos caminhoneiros atrasou a entrega de 200 mil sacas de soja.
Segundo o agricultor, o preço do frete que era de R$ 170 por tonelada está superior a R$ 240 por cada viagem.
"Hoje o preço do frete está maior que R$ 240 por tonelada e as sacas estão diminuindo", avaliou.
A greve dos caminhoneiros começou no 21 de maio contra o reajuste no preço do combustível anunciado pela Petrobrás e chegou ao fim, sem manifestações e sem pontos de bloqueio, no dia 31.