A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) informou, por meio de nota, que a retirada da onça-pintada, que há cerca de uma semana permanece na região Centro de Cáceres (220 Km de Cuiabá) seria “desastrosa”, além de provocar um “confronto desnecessário”. De acordo com o órgão, o animal pode ser fêmea prenha ou recém-parida.
O animal costuma ficar em uma ilha na margem oposta à região central, na Baía dos Malheiros, no Rio Paraguai. A presença da onça tem causado medo na população do Município, que teme que ela atravesse o rio e entre na cidade. A remoção tem sido avaliada por autoridades ambientais.
De acordo com a Sema, no local há presença de catetos, jacarés, aves e outros animais, que pertencem a cadeia alimentar da onça.
O órgão descarta as propostas de remoção do animal para Poconé (104 Km de Cuiabá) causaria um confronto, já que introduzir a onça em um novo ambiente causaria disputas com outros animais que já habitam a área.
“No que se refere à proposta de remoção do animal para Poconé-MT, entendemos que tal ação seria extremamente desastrosa, pois além de promover a "transferência" do "problema" para terceiros, poder-se-ia incorrer na promoção de um confrontamento”, consta em nota.
Ainda sobre a remoção da onça do local, a Sema propõe a conscientização dos cidadãos, que, desde o aparecimento do animal, passaram a visitar o local para tirar fotos e gravar vídeos.
Segundo o órgão, o animal sente tanto medo da proximidade do ser humano, quanto o inverso.
“Evidenciamos ainda que, caso o animal venha a se sentir ameaçado, bem como sua cria, poderá acarretar em injúrias severas àqueles que tentarem, por uma simples questão instintiva de autopreservação e defesa de sua prole”, diz trecho do documento.
Para a Sema, propostas de capturas de animais de vida livre são “incoerentes” e que a situação deveria ser utilizada para promover a educação ambiental, bem como a preservação das espécies.
O caso
De acordo com o capitão da Polícia Ambiental, Roosevelt Marcos Barros da Silva, um esquema de monitoramento com o Corpo de Bombeiros monitora as movimentações da onça. As observações da equipe indicam que, até o momento, o animal está tranquilo.
“É normal que ela apareça ali, porque é região de mata. O que não é natural é que ela permaneça por ali. Ela é muito grande. Hoje a guarnição chegou bem próximo a ela e pôde notar isso. Ela deve ter mais de 100 quilos e parece ser forte e saudável”, disse.
Apesar da tranquilidade do animal, o Roosevelt alerta para o risco de ataques à população.
“Trata-se de uma onça-pintada fêmea. Ainda não sabemos se há mais de uma. Estamos monitorando e preparando uma ação de resgate através de disparo com tranquilizante, justamente por esse risco, por estar muito próxima. É um animal silvestre. Você pode esperar de tudo”, disse.