Uma bebê de dois meses está internada na Unidade de Pronto Atendimento de Sinop, a 503 km de Cuiabá, há uma semana, aguardando por uma cirurgia para a retirada de uma hérnia umbilical. A unidade não tem estrutura para o procedimento e deve encaminhar a menina para outro município.
Dhayse Sofia de Oliveira está internada em um leito de estabilização, que não tem estrutura para fazer qualquer atendimento. A bebê foi diagnosticada pelos médicos com hérnia umbilical, que pode trazer riscos, caso se rompa.
A hérnia surge exatamente no local da cicatriz umbilical, geralmente, quando uma parte do intestino atravessa o tecido muscular. Baixo peso ao nascer e prematuros também são mais propensos a ter esse tipo de hérnia.
O atendimento no pronto-atendimento não foi realizado devido à falta de atendimento pediátrico pela rede pública na cidade.
A mãe Marcilene Makeide explicou que procurou a Promotoria de Justiça para pedir o agendamento da cirurgia. Segundo ela, o procedimento custa em média R$ 30 mil.
"Ela tem risco de pegar uma pneumonia, o hospital está fazendo o impossível para mandar ela para outra cidade e eu não sei o que fazer porque a cirurgia é muito cara", disse.
A Promotoria deu o prazo de 72 horas para o estado prestar esclarecimentos sobre a cirurgia.
O secretário de Saúde do município, Gerson Danzer, explicou que a UPA não consegue fazer o procedimento e que a bebê precisa ser transferida para outra unidade.
"Nós estamos vendo a possibilidade de encaminhar essa criança para o Hospital Regional de Sorriso, mas os leitos estão lotados. Queremos enviá-la para outro município pela Central de Regulação", contou.
A direção do Hospital Regional de Sinop informou que o contrato com o instituto que administra a unidade não contempla nenhum serviço de pediatria e que esse procedimento é feito em Sorriso ou Cuiabá.
A Secretaria Estadual de Saúde disse que a bebê foi regulada pelo município nessa terça-feira (4), mas que o caso não foi considerado de urgência e emergência e sim uma cirurgia eletiva, que demoraria mais pra ser feita.
Ainda segundo a secretaria, o Escritório Regional de Saúde, que fica em Sinop, orientou que o médico assistente do caso fizesse uma nova regulação informando que o caso é de urgência, para que então, o estado possa dar sequência ao procedimento
Na manhã desta quarta-feira (5), a equipe médica da UPA confirmou que o novo pedido já foi feito e agora aguardam por essa transferência.