Flávio Taques é acusado de integrar um esquema criminoso para monopolizar a saúde em Mato Grosso.
O ex-secretário-adjunto de Gestão da Secretaria Municipal de Saúde, Flávio Alexandre Taques da Silva, se entregou na manhã desta quarta-feira (2) na sede do Serviço de Polícia Interestadual (Polinter), em Cuiabá.
Ele estava foragido desde o dia 18 de dezembro, após o juiz Marcos Faleiros, da Sétima Vara Criminal, expedir mandado de prisão no âmbito da segunda fase da Operação Sangria.
Segundo a Polícia Civil, Flávio deve ser encaminhado ainda nesta quarta-feira para audiência de custódia.
De acordo com a Delegacia Fazendária, o ex-secretário-adjunto e outras pessoas são acusados de agenciar, administrar e intermediar, de forma ilícita, contratos entre órgãos públicos e empresas do ramo de saúde por meio de pagamento de propina, a tentativa do grupo é tentar monopolizar o setor no Estado.
Ainda segundo a polícia, ele teria dificultado as investigações do levantamento dos serviços prestados, retirando servidores que detém informações sobre contratualização e fornecimento de medicamentos e os mandado para um almoxarifado na região do Coxipó que fica isolado da administração da Secretaria de Estado de Saúde.
Operação Sangria 2
A Defaz aponta que o grupo liderado pelo ex-secretário Huark Douglas obstruiu parte das investigações. Os investigadores afirmam que há indícios de ocultação de documentos e provas, além de coação de testemunhas, por parte do grupo.
Dois auditores da Controladoria Geral do Estado foram cedidos às investigações da Defaz para apurar as possíveis fraudes cometidas pelas mesmas empresas no município de Cuiabá.
Além do ex-secretário Huark e o empresário Fábio, foram presos: Adriano Luiz Sousa, Kedna Iracema Fonteneli Servo, Luciano Correa Ribeiro, Flávio Alexandre Taques da Silva [foragido], Figueiredo e Celita Natalina Liberali.
Os acusados, exceto Flávio Alexandre, já tiveram a prisão preventiva substituída por medidas cautelares pela Justiça e respondem os processos em liberdade.
As apurações da Polícia Civil mostram que uma organização manteve influência dentro da administração pública, conseguindo desclassificar concorrentes em licitações, para que ao final apenas empresas pertencente a eles - Proclin e Qualycare - possam atuar livremente no mercado, “fazendo o que bem entender, sem serem incomodados, em total prejuízo a população mais carente que depende da saúde pública para sobreviver”.