A área que fica no Distrito de Jarudore, em Poxoréu, tem cerca de 4 mil hectares.
O Tribunal Regional Federal da primeira região, em Brasília, suspendeu na terça-feira (24), a liminar que determinava a desocupação de quase 4 mil hectares na área rural do Distrito de Jarudore, em Poxoréu, a 259 km de Cuiabá. A região é ocupada por mais de 300 pessoas.
Em julho, o juiz federal Victor de Carvalho Saboya Albuquerque, proferiu uma decisão liminar em favor do povo bororo. Na decisão, ele requereu que a Terra Indígena Jarudore, fosse devolvida aos indígenas. Os ocupantes podiam recorrer da decisão.
O G1 não conseguiu contato com os réus no processo.
Diante de todo o contexto, no mês de julho foi concedido favorável a devolução da terra aos índios e neste mês a Justiça Federal derrubou a liminar e foi determinado que a área de pouco mais de 4 mil hectares continue com os mais de 300 ocupantes que residem no local.
Em 1945, o estado, atendendo aos interesses de garimpeiros, fazendeiros e arrendatários, publicou um decreto reduzindo a área indígena para 6 mil hectares.
De acordo com um estudo histórico, a área pertencente aos índios foi demarcada por Marechal Cândido Rondon, em 1912. A terra seria equivalente a 100 mil hectares.
Posteriormente, o departamento de terras e colonização do estado (Intermat), em 1951, por meio de um despacho, reduziu novamente a área destinada aos bororos, fixando-a em 4.076 hectares.
O título definitivo de doação da área à União foi registrado no cartório de registro de imóveis do 1º ofício de Poxoréu, em 1958.
De acordo com o relato, mesmo depois do registro da área como propriedade da união, os direitos dos índios sobre a terra foram afrontados por uma lei estadual que criou o Dis1 MTtrito de Paz de Jarudore, ainda em 1958.
O distrito foi criado em uma área equivalente a 142.800 hectares, sobreposto às terras reservadas aos índios.
Dessa forma, as terras foram ocupadas por não índios. Ao longo do tempo, segundo o relato, houve vários conflitos que acabaram por expulsar os bororos da localidade, restando apenas uma família.
G1 MT