Criminosos grilavam propriedades rurais para armazenar drogas e veículos roubados de outros estados e países. Mais de 100 agentes da Polícia Federal participam da operação.
Quatorze pessoas já foram presas durante a operação Aguapey, deflagrada nessa quarta-feira (6), que investiga uma organização criminosa que grilava terras em Mato Grosso na fronteira com a Bolívia.
Mais de 100 agentes da Polícia Federal participam da operação. Ao todo, eles devem cumprir 43 mandados de prisão preventiva, prisão temporária e busca e apreensão nas cidades de Cáceres, Mirassol D’Oeste, São José dos Quatro Marcos, Porto Esperidião e Pontes e Lacerda.
Os mandados foram expedidos pela Justiça em Porto Esperidião.
Além das prisões, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Os agentes apreenderam espingardas, armas calibre doze e munições.
Um mapa também foi apreendido pela polícia e mostra marcações em uma fazenda que não foi invadida, mas que era alvo dos criminosos. O mapa tem várias marcações com divisões de lotes e como a área seria usada após a invasão.
O delegado responsável pelo caso, Carlos Henrique Costa, disse que a investigação aponta que o grupo de invasores é formado por pessoas que já têm envolvimento com outras práticas criminosas.
A maioria deles mora em área urbana da região da fronteira com a Bolívia. Conforme as investigações, a quadrilha já atuava na região há quase 10 anos. No entanto, a investigação teve início há oito meses.
O nome da Operação faz referência ao local onde se concentrava a ação da organização criminosa, às margens do Rio Aguapey.
Como a organização atuava
Segundo a polícia, os criminosos grilavam propriedades rurais para armazenar drogas e veículos roubados de outros estados e países.
Depois de armazenado, as drogas eram enviadas para o sudeste e abasteciam traficantes de São Paulo, Rio de Janeiro e no Nordeste, onde a droga era exportada para a Europa.
As investigações apontam que o grupo criminoso atuava com violência e ameaça na fronteira de Mato Grosso com a Bolívia.
A organização também é investigada pela prática dos crimes de homicídios (consumados e tentados), ameaças, tortura, receptação de veículos roubados, além de diversos delitos ambientais.
Segundo a PF, quando um imóvel rural se tornava o objetivo dos criminosos, os proprietários e funcionários passavam sofrer ações violentas que continuavam a sendo praticados até a expulsão deles para que o grupo conseguisse a posse dos imóveis rurais.
Em um dos casos investigados, uma proprietária que estava resistindo às ameaças teve sua casa destruída com um trator.
Após esse fato, em razão da permanência da vítima mesmo após a destruição da sede da propriedade, a família dela foi baleada dentro da fazenda.
G1 MT