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Diretor afirma que delegacia de Nova Lacerda, fechada, nem deveriam ter sido aberta

Publicado em: 06/01/2020
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O delegado-geral da Polícia Civil, Mário Demerval, afirmou que as delegacias fechadas durante a gestão do governador Mauro Mendes, nem deveriam ter sido abertas. Segundo ele, o motivo político falou mais alto, o que transformou policiais civis apenas em ‘porteiros’ das instalações nas cidades menores.
 
“Foram necessários [os fechamentos]. Desde 2017 que isto está sendo pleiteado. Elas [delegacias] sequer deveriam ter sido abertas, só foram por questões políticas. Com a queda do efetivo, se tornaram inviáveis”, explicou Demerval em entrevista ao Olhar Direto.
 
Segundo Demerval, nestas unidades fechadas, ficavam apenas um ou dois policiais, que tinham como papel apenas tomar conta dos prédios e não de investigar. “Não adiantava. O local não podia ficar sozinho e o investigador não fazia o seu trabalho, aquilo que foi contratado para fazer”.
 
Demerval ainda lembra que as unidades continuam previstas em lei e, caso necessário ou quando tiverem efetivo adequado, poderão ser reabertas rapidamente. Os policiais que estavam nestes locais foram realocados para cidades mais próximas, com o objetivo de dar maior robustez para a região.
 
“Infelizmente, o fechamento se deu por conta do déficit de efetivo, que persiste em aumentar em decorrência da reforma providenciaria e do envelhecimento dos nossos homens”, finalizou o delegado.
 
Em março, o governo definiu a suspensão de 16 delegacias de Mato Grosso devido a falta de efeitov. As unidades policiais estão localizadas em municípios que não são comarcas (não tem juiz, promotor e defensor público), e apresentam baixo índice de produtividade e registros de ocorrências, conforme explicação do Executivo.
 
As delegacias que deixaram de funcionar estão nos municípios de: Luciara, Novo Santo Antônio, Alto Paraguai, Nova Marilândia, Santo Afonso, Nova Lacerda, Bom Jesus do Araguaia, Ponte Branca, São José do Povo, Tesouro, Carlinda, Castanheira, União do Sul, Acorizal, Jangada e Nossa Senhora do Livramento.
 
O estudo técnico da Polícia Judiciária Civil considerou a necessidade de suspensão das atividades dessas delegacias em razão de não apresentarem atendimento eficiente à sociedade, serem mantidas com média de dois a três policiais e gerarem custo financeiro anual de mais de R$ 840 mil - com aluguéis de prédios, energia elétrica e viaturas locadas.
 
Outro ponto do estudo é baseado em levantamento da Polícia Civil sobre o quadro de servidores policiais que está abaixo de 57% para delegados, 58% para escrivães e 53% para investigadores, devido à falta de concursos públicos para os cargos, principalmente, investigador e escrivão, nos últimos 4 anos.
 
A Lei 7.935 de 16 julho de 2003 definiu o quantitativo de efetivo da Polícia Civil das três carreiras, sendo o ideal 400 delegados, 4 mil investigadores e 1.200 escrivães, totalizando 5.600 o número ideal. Antes da lei, era 1 policial civil para 1.233 habitantes ou 1 delegado para 14.449 habitantes.

Jornal Oeste 




 

Fonte: Jornal Oeste

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