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Inflação desacelera para 0,21%, a menor para janeiro desde o início do Plano Real

Publicado em: 12/02/2020
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Preços das carnes tiveram deflação de 4,03%, exercendo o maior impacto negativo no IPCA de janeiro

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou na sexta-feira (7), que a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desacelerou para 0,21% em janeiro, depois de registrar alta de 1,15% em dezembro. É o menor resultado para um mês de janeiro desde o início do Plano Real, em julho de 1994. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador registrou 4,19%. Em janeiro de 2019, a taxa havia ficado em 0,32%.

A variação dos preços no mês passado foi calculada com base na nova cesta de produtos e serviços, que foi atualizada, a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, para acompanhar mudanças nos hábitos de consumo da população brasileira. O IPCA de janeiro contém ainda preços do transporte por aplicativo, coletados pela primeira vez por um robô virtual.

“A desaceleração no grupo alimentação e bebidas (de 3,38% em dezembro para 0,39% em janeiro) deveu-se, principalmente, ao comportamento dos preços das carnes. Após a alta de 18,06% no mês anterior, as carnes apresentaram queda de 4,03% no IPCA de janeiro, contribuindo com o maior impacto negativo no índice do mês (-0,11 p.p.)”, explicou o gerente de Índice de Preços do IBGE, Pedro Kislanov, se referindo ao recuo dos preços das carnes.

“Tivemos uma alta muito grande no preço das carnes, nos últimos meses do ano passado, devido às exportações para a China e alta do dólar que restringiram a oferta no mercado interno. Agora, percebemos um recuo natural dos preços, na medida em que a produção vai se restabelecendo para atender ao mercado interno”, completou ele.

Outra contribuição negativa partiu de saúde e cuidados pessoais (-0,32%), principalmente por conta de produtos para pele (-6,51%) e dos perfumes (-4,66%). No lado das altas, os destaques foram o plano de saúde (0,60%) e os produtos farmacêuticos (0,33%). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,48% em vestuário e a alta de 0,35% em despesas pessoais.

O maior impacto positivo no índice veio do grupo habitação, que também registrou a maior variação (0,55%) entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, puxada pelos preços de condomínio (1,39%) e aluguel residencial (0,61%).

O resultado dos transportes (0,32%), que passaram a ter o maior peso na nova cesta, foi puxado pela gasolina (0,89%) e o etanol (2,59%). Os preços dos ônibus urbanos variaram 0,78%, devido aos reajustes nas tarifas em várias regiões. Já o maior impacto negativo (-0,05 p.p.) veio das passagens aéreas (-6,75%), que haviam apresentado alta de 15,62% no índice de dezembro.

Regiões

Três tiveram deflação entre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE: Rio Branco (-0,21%), São Luís (-0,19%) e Brasília (-0,12%). Na capital do Acre, o recuo ocorreu por conta da queda na energia elétrica (-4,77%)

A região metropolitana de Belém e o município de Aracaju apresentaram a maior inflação (0,39%) entre as áreas pesquisadas. No primeiro caso, o índice foi influenciado pela alta nos preços do açaí (13,44%) e da refeição (3,24%). No segundo, os maiores impactos vieram da gasolina (1,55%) e do tomate (20,16%).

Na região metropolitana do Rio de Janeiro, o indicador ficou em 0,05%, e não foi impactado pelo aumento nos preços da água mineral, que provocou uma corrida aos supermercados, em janeiro, devido aos problemas de abastecimento. “O IBGE calcula a variação da água mineral junto com a dos refrigerantes. Em janeiro, o subitem ficou em 2,05%, acima dos -1,32% de dezembro”, comentou o gerente do Índice de Preços.

INPC mostra menor variação para o mês desde 1994

O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referente às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos. O INPC teve alta de 0,19% em janeiro, abaixo dos 1,22% registrados em dezembro. Esse também foi o maior resultado para um mês de janeiro desde o início do Plano Real. O acumulado nos últimos 12 meses ficou em 4,30%. Em janeiro de 2019, a taxa foi de 0,36%.

Jornal O Diário 

Fonte: Jornal O Diário

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