A crise gerada no Pantanal Mato-Grossense por conta das queimadas e do longo período de seca atrapalhou até o envio de ajuda às comunidades tradicionais. Uma balsa, com 4 toneladas de alimentos e produtos de higiene está encalhada há mais de uma semana no lago Gaíva, Rio Paraguaí.
Denominada “No Pantanal Tem Comunidades Tradicionais”, a expedição teria início dia 18/09, mas os problemas com a embarcação atrasaram os trabalhos, que foram retomados neste domingo (27) de forma emergencial.
Em comunicado, os organizadores da Expedição disseram que a decisão de enviar as doações, mesmo que em pequenas quantidades, ocorre devido a piora da situação em algumas comunidades pantaneiras, causada por recentes incêndios.
Uma das principais regiões atingidas é a da comunidade Barra de São Lourenço.
“Lá foi atingido pelo fogo e a comunidade está em situação de emergência. A expedição já estava programada para levar produtos básicos de prevenção da Covid-19, agora surgiram os incêndios”, conta Claudia Sala de Pinho, que é coordenadora da Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneira.
Em comunicado, foi informado que barcos menores estão fazendo o serviço de entrega das doações. “Barcos menores vão levar parte dos alimentos e soro às comunidades que estão precisando mais urgentemente. A nova data para a expedição continuar sua missão está prevista para 05/10/2020”, afirmaram os organizadores em comunicado.
A professora Solange Ikeda, da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), é uma das pessoas envolvidas na expedição. Ela conta que centenas de pessoas esperama ajuda da expedição e que a retomada emergencial é de muita importância.
“Além dos alimentos, também estamos levando álcool em gel. Cerca de 150 famílias serão atendidas pela expedição, somando aproximadamente 600 pessoas”, afirma Solange.
A Expedição “No Pantanal Tem Comunidades Tradicionais” é organizada pela Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneira e Instituto Gaia, ambos do Programa Humedales Sin Fronteras.
“torcemos para que tudo dê certo, mas oramos principalmente por chuva, para que o nível da água possa subir e a chalada navegar com os alimentos”, finaliza Claudia de Pinho.