Moradores e brigadistas comemoraram a chegada da chuva após meses de seca e queimadas que já devastaram mais de 2,2 milhões de hectares.
Moradores e brigadistas estão comemorando a volta da chuva no Pantanal mato-grossense, após meses de seca e queimadas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a chuva contribuiu para a redução de 48,5% nos focos de calor nesta semana.
As queimadas no Pantanal de Mato Grosso devastaram 2.215.000 hectares até o último domingo (11), conforme dados do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama/Prevfogo) em parceria com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA/UFRJ).
Após sobrevoo feito nessa sexta-feira (16), os bombeiros concluíram que não há mais focos na região do Parque Nacional a olho nu. No entanto, o monitoramento continua e as equipes trabalham para combater focos subterrâneos.
Em outra área do Pantanal, apesar da chuva, fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) encontraram fogo em uma região com a vegetação seca.
“Essa chuva não teve um volume suficiente para queimadas para que penetrasse nessas camadas mais profundas onde ainda há combustão dessa matéria orgânica. Então, o trabalho dos brigadistas do Ibama e ICMbio continuam para justamente combater todos os incêndios florestais naquela região”, explicou o analista do Instituto, Alexandre Pereira.
No Parque Nacional do Pantanal, o fogo começou há mais de dois meses e, conforme o monitoramento do Ibama e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o fogo atingiu 60% do parque.
“A tendência é que vegetação mais resistente ao fogo renasça, então o verde vai para uma ponta da paisagem, mas isso não quer dizer que toda aquela área esteja saudável. Muitas espécies ainda vão levar muito tempo para repovoar as áreas que foram perdidas, inclusive, espécies da fauna”, disse o biólogo Gustavo Figuerôa.
A chuva é um início da recuperação do Pantanal e para as cidades de Mato Grosso que sofreram com a poluição gerada pelas queimadas desde julho.
A fumaça ainda pode ser vista, mas com menos intensidade. A umidade relativa do ar que ficou por vários dias abaixo dos 10% agora passa dos 60%, considerada ideal.