O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, afirmou que em Mato Grosso, quem não quiser tomar a vacina contra o novo coronavírus (Covid-19), quando ela estiver disponível, deverá procurar a justiça. Segundo o secretário, a imunização por vacina é individua e coletiva, e já existe legislação que trata sobre o assunto.
“Existe uma lei sobre esse assunto, não vai ser diferente no caso da Covid, ou [somente] se existir uma legislação que possa alterar esse contexto... a princípio nosso interesse sempre foi de convencimento da população, porque a imunização é uma proteção individual e coletiva. Todos deveriam atender a esses requisitos, e aqueles que não querem atender a esses requisitos terão que buscar o poder judiciário para diminuir possíveis dúvidas que existam”, disse, na tarde da última terça-feira (20), em coletiva de imprensa na secretaria.
No momento da entrevista, no entanto, ainda não havia sido feito o anúncio, por meio do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que as primeiras doses chegariam em janeiro. Gilberto explicou que há quatro iniciativas no Brasil em fase 3 de testes, e que Mato Grosso não ficaria de fora.
“A mais avançada é a da Coronavac, que é uma vacina que está sendo desenvolvida na China em parceria com o Instituto Butantã. Já está em testes, inclusive no estado de Mato Grosso, nós já reunimos com a equipe do Hospital Julio Muller, que é do Instituto de Pesquisa que está à frente da testagem no estado de Mato Grosso, aproximadamente 800 profissionais de saúde é que são elegíveis para essa testagem aqui, e nós queremos ser otimistas, nós queremos que isso aconteça, o final destes testes, até o mês de novembro, com a possibilidade de que esteja disponível no país já os primeiros lotes para testar prioritariamente os grupos de risco, assim que vai ocorrer no país, e os profissionais da área da saúde”, disse.
Na noite de terça-feira (20), após esta fala, o governador Mauro Mendes (DEM) anunciou que as primeiras doses da Coronavac chegariam a Mato Grosso em janeiro. A fala veio após reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. No entanto, ainda na mesma noite, o presidente Jair Bolsonaro contrariou seu ministro, afirmando que não há intenção de comprar as vacinas.
A informação do cancelamento por parte de Bolsonaro foi dada em primeira mão pelo site Poder 360. A afirmação do presidente aos ministros foi “Alerto que não compraremos vacina da China, Bem como meu governo não mantém diálogo com João Doria sobre covid 19". O acordo do Ministério da Saúde previa a edição de medida provisória para disponibilizar crédito de R$ 1,9 bilhão para a compra das vacinas. A fala foi reiterada por Bolsonaro em sua conta no Twitter.