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Diretoria da Santa Casa renuncia e revela que prefeito de Pontes e Lacerda disse que vai assumir o hospital que está a beira da falência

Publicado em: 12/02/2021
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Conselho Diretor demissionário teve a coragem de dar transparência ao divulgar a situação falimentar do Hospital Vale do Guaporé. “Dívida é impagável”, admite advogado.

O Conselho Curador da Fundação Médico Assistencial do Trabalhador Rural, entidade responsável pelo Hospital Vale do Guaporé, esteve reunido na noite desta quinta-feira (11/02) para tomar conhecimento da situação financeira e também receber o pedido de demissão de todo o Conselho Diretor, com mandato de 2020/2021.

Cerca de quarenta pessoas estiveram presentes, entre conselheiros e profissionais da saúde.

Situação falimentar

O Presidente do Conselho Diretor, José Paulo Adriano, fez questão de apresentar o balanço e o resultado financeiro da atual gestão, acompanhado dos demais diretores, contador e advogado, Dr. Fabiano Rezende.

Uma situação grave foi a informação do Contador de que o Hospital não tinha contabilidade antes de 2018.

Os déficits se acumularam no decorrer dos anos e o Hospital vem tendo valores de endividamento muito superiores ao patrimônio da instituição, que demonstram a gravidade da situação. Veja alguns números:

Dívidas com INSS e outras ações judiciais – estimativa de R$ 15 milhões

Dívidas vencidas com fornecedores – R$ 1.490 mil

Impostos e contribuições não recolhidos só nos últimos 3 anos ´R$ 2.696 mil (anos anteriores não estão na contabilidade, sendo desconhecido pelos gestores atuais)

Energia e água vencidas – R$ 455 mil

Passivo “a descoberto” em 31.12.2020- R$ 2.826 mil.

Folha de pagamento representa 30% das receitas

Médicos consomem com 41% do valor mensal arrecadado

A maioria dos servidores recebe férias em dobro porque não utilizam dentro do prazo previsto em Lei.

Dívidas em execução na Justiça

Na justiça comum, o hospital sofre 32 processos, sendo 23 em andamento. Destes, 12 são de execução fiscal, alguns desde 2004, outros são de ações indenizatórias, a maioria já com sentenças condenatórias.

Na Justiça trabalhista, existem sete ações, duas em fase final de cumprimento no valor de R$ 136 mil.

O leilão do prédio do Hospital tem sido recorrente e, “se concretizado, não paga uma ação de execução fiscal”, segundo Dr. Fabiano Rezende.

Situação caótica

A calamidade não se restringe as dívidas. A demissão da médica diretora clínica, Dra. Jaqueline, já ocorreu e o desligamento do Dr. Osmar Pavarine acontece nos próximos dias, ficando o setor de isolamento sem atendimento médico.

Outra situação crítica é a suspensão de realização de exames laboratoriais – inclusive da UTI – a partir de segunda-feira, por falta de pagamento.

Prefeito quer administrar

Após a demissão do Conselho Diretor, foi designada um junta de conselheiros para analisar e encontrar uma solução para a Santa Casa, que pode ser a municipalização ou a extinção da Fundação, com o consequente fechamento do hospital.

Segundo informação do presidente que pediu demissão, no dia oito de janeiro passado, na reunião do Consórcio Intermunicipal de Saúde e na presença de todos os prefeitos da região, o prefeito Alcino Barcelos disse que vai assumir a gestão do hospital. “Se tem recursos públicos, tem que ser administrado pelo poder público”, discursou.

A ação dos conselheiros deve ser de urgência pois o hospital pode ser obrigado a ter que suspender o atendimento por falta de médicos, medicamentos e estrutura básica de trabalho.

O Ministério Público também será informado da situação.

TVCO - PONTES E LACERDA 

Fonte: TVCO PONTES E LACERDA

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