Dois homicídios ocorridos em Porto Esperidião e dois em Cáceres foram cometidos pelo fato das vítimas não cumprirem ordens da facção.
Quatro homicídios cometidos a mando de uma facção criminosa na região de fronteira foram esclarecidos pela Polícia Civil, na última semana, com base em investigações da Delegacia de Porto Esperidião e 1ª Delegacia de Polícia de Cáceres.
O trabalho investigativo resultou na operação Xeque-mate, fase Porto Esperidião, deflagrada dentro da operação integrada Risp 06: “Pacto Pela Vida”, realizada pela Polícia Civil, Polícia Militar e Grupo Especial de Fronteira (Gefron).
No total, 16 ordens judiciais, sendo 15 mandados de busca a apreensão domiciliar e um de prisão temporária, foram cumpridas na última sexta-feira (24), nas cidades de Porto Esperidião, Glória D’Oeste e Cáceres.
Os trabalhos resultaram em duas pessoas presas em flagrante, além da apreensão de drogas, diversos aparelhos celulares, uma arma de fogo, e objetos recuperados provenientes de furto ou roubo.
Grande parte dos alvos identificados já está presa por outras condutas criminosas e além terem a participação identificada nos homicídios ocorridos nas cidades de Porto Esperidião e Cáceres, as investigações apontaram o envolvimento dos suspeitos em crimes de tortura, lesão corporal, tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Segundo as investigações, os suspeitos estão envolvidos nos homicídios de Karine Melo da Silva, ocorrido no dia 23 de fevereiro, e de Anderson Claudio Vital Ferreira, no dia 05 de julho, na cidade de Porto Esperidião. As duas vítimas tiveram os corpos encontrados no Rio Jauru, sendo a vítima Karine encontrada amordaçada e com mãos e pernas amarradas e Claudio com sinais de tortura.
O mesmo grupo também estaria envolvido em dois homicídios em Cáceres, que vitimaram Marinaldo Junio Ferreira da Silva, no dia 30 de julho e Thiago Martins da Silva, no dia 10 de agosto. As vítimas foram executadas com disparos de arma de fogo.
Os quatro homicídios foram cometidos por integrantes da organização criminosa, motivados pelo fato das vítimas não acatarem as ordens da facção, como atuar no comércio de entorpecentes ou pagar a parte destinada ao grupo para poder vender a droga.
Segundo o delegado responsável pelas investigações em Porto Esperidião, Edison Ricardo PicK, inicialmente as investigações apuravam situações de tráfico de drogas e associação para o tráfico, assim como crimes de tortura e lesão corporal que vinham ocorrendo na cidade.
Durante as investigações, os suspeitos eram monitorados, sendo constatado que eles estavam fazendo a traficância, vindo da Bolívia com o entorpecente. Em ação conjunta com o Gefron foi realizada a prisão dos suspeitos, que foram encaminhadas para a Defron para realização da prisão em flagrante.
“A partir dessa prisão, foi possível identificar os integrantes da facção criminosa e fazer o vínculo entre os inquéritos e os investigados nas ações criminosas, esclarecendo os dois homicídios bárbaros ocorridos na cidade”, disse o delegado.