A Polícia Federal apresentou na manhã desta segunda-feira (13), um balanço da Operação Alfeu IV
realizada na última semana que teve como alvo garimpos clandestinos que atuavam na região de
Pontes e Lacerda.
A ação conjunta entre a PF, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal conseguiu encerrar as atividades de extração ilegal de minérios na terra indígena Sararé, no garimpo “Babalu” e na cooperativa Cooper Pontes, que foi embargada.
Os agentes ainda localizaram 41 equipamentos como escavadeiras hidráulicas, motores
estacionários e toda estrutura utilizada na atividade ilegal. Duas das máquinas foram destinadas à
Prefeitura de Cuiabá e para FUNAI. Já outras 39 foram inutilizadas.
conforme a PF, foram realizadas cinco operações na região, sendo que uma delas foi coordenada pelo
Ibama. Segundo o delegado Roberto Moreira, da Delegacia Especializada em Combate aos Crimes
Ambientais, a área monitorada por meio de satélites do Programa Brasil M.A.I.S equivale ao município
de Pontes de Lacerda, aproximadamente 2 mil campos de futebol.
“A missão no Sararé teve como objetivo inutilizar todos os garimpos ilegais dessa terra indígena que
são em torno de quatro a cinco garimpos de extensão razoável, que somados são comparados à
cidade de Pontes e Lacerda. Nós estamos monitorando a área via satélite que detecta qualquer
alteração na vegetação”, disse o delegado.
O balanço ainda aponta que durante a operação uma pessoa foi presa em flagrante ao tentar se evadir
do local. “Quando chegamos à região os garimpeiros têm olheiros. Eles estão adotando práticas
parecidas com o tráfico e soltam foguetes para alertar os outros, que fogem por meio da mata. Então,
é um pouco complicado prendê-los em flagrante devido a essa fuga antecipada”, comentou.
Entretanto, a PF conseguiu ter acesso a celulares e alguns pertences com anotações de transações
comerciais que auxiliam nas investigações. A Polícia Federal agora deve continuar investigando para
chegar aos financiadores das atividades ilegais.
“Todo ouro retirado de dentro de uma terra indígena é ilegal. Então, ele circulando dentro do país ou
importado, é considerado ilegal. Algumas cooperativas tentam esquentar esse ouro emitindo
documentação falsa. A investigação envolve também investigar a rota para onde esse ouro está indo”,
explicou Moreira.
Segundo a PF, os proprietários dos 41 equipamentos serão notificados. “Cada máquina tem um
proprietário e cada uma delas conta no mínimo com quatro funcionários. Os funcionários nem sempre
são identificados, mas nós já fizemos a investigação dos proprietários e conseguimos chegar até
eles”, detalhou.
TVCO - PONTES E LACERDA