Juliana Jesus Miranda da Silva, na época com 21 anos de idade, contou à Polícia, com detalhes e sem esboçar arrependimento, como matou a própria filha.
A empregada doméstica Juliana Jesus Miranda da Silva, 29, foi condenada a 16 anos de prisão em regime fechado por ter matado de forma cruel a própria filha de 23 dias, em um hotel próximo à rodoviária de Cuiabá, há exatos oito anos atrás.
Ela passou três dias escondida até ser presa em decorrência de outro mandado de prisão que havia contra ela pela morte de outro filho, em Barão de Melgaço, em 2006.
Ela foi condenada pelo Tribunal do Júri presidido pela juíza Monica Catarina Perri Siqueira, da Primeira Vara Criminal de Cuiabá, nesta quarta-feira (22) e já foi conduzida para a Penitenciária Ana Maria do Couto May.O crime ocorreu na madrugada do dia 23 de junho de 2008, em um hotel próximo à rodoviária de Cuiabá, no bairro Alvorada, onde Juliana trabalhava e morava com a recém-nascida e outro filho de dois anos, na época.
O CASO
Por volta da meia noite, Juliana acordou com o choro da criança, que ainda não tinha registro de nascimento e se chamaria Ana Júlia. Irritada com o barulho do choro, a mulher começou a bater a cabeça da criança contra a cama. Como Ana Júlia não parava de chorar, Juliana a estrangulou até desmaiar e voltou a dormir.
Por volta das 4 horas daquela madrugada, a mulher voltou a acordar e viu que a criança estava morta, com sangue escorrendo pela boca. Ela telefonou para o pai da criança, que estava viajando, e disse que havia acontecido um acidente com a criança. Somente quando ele retornou é que Juliana contou que havia sufocado a criança enquanto dormia, de forma acidental.
Enquanto o pai telefonava para a Polícia, Juliana deixou o outro filho com a dona do hotel e fugiu. Ela passou três dias escondida até ser presa em decorrência de outro mandado de prisão que havia contra ela pela morte de outro filho, em Barão de Melgaço, em 2006. Este outro filho morreu com o pescoço quebrado pelo ex-companheiro de Juliana, com quem ela deixou o menino sair pra uma festa. Ela respondia criminalmente por abandono de incapaz.
Em 2008, o caso chocou por conta da frieza com que a mulher narrou os fatos à Polícia. Até mesmo o advogado de defesa dela se revoltou e deixou o caso. A delegada Anaíde Barros, que conduziu as investigações na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), acionou o Ministério Público Estadual (MPE), que entrou com processo criminal contra Juliana pela morte de Ana Júlia.