Com o filho doente à espera de exames, um casal registrou um boletim de ocorrência na madrugada desta quarta-feira (13) depois que encontrou o laboratório da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas do Bairro Ipase, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, fechado por três horas.
O motivo era que a funcionária estava em descanso e retornaria somente às 6h.
André Luiz Vieira Martins e Sumara Ambrosio Evangelista levaram o filho, de 10 anos, para ser atendido na UPA. O menino se queixava de dores no estômago. Eles chegaram às 3h e foram atendidos em meia hora pelo médico pediatra, que também estava no período de descanso.
“O médico nos recebeu, fez a avaliação e pediu exames. Quando fomos ao laboratório, tinha uma placa dizendo que a pessoa responsável estava no horário de repouso”, explicou André ao G1.
O aviso, escrito em um papel, dizia; ‘Repouso. Volto às 6h’.
Segundo os pais, a UPA Ipase estava vazia e algumas pessoas chegaram ao local depois deles. O casal questionou os outros funcionários, mas a família foi informada que somente essa funcionária – que estava no intervalo – poderia fazer os exames solicitados.
“Não existe uma situação dessa. Não quiseram nos passar nem o nome dos responsáveis pelo laboratório. Foi um descaso”, afirmou o pai
Além de terem que esperar, os pais disseram que o nome da funcionária não era o mesmo que estava na escala de plantão na UPA.
Ao verem essa situação, os pais chamaram a Polícia Militar. Os policiais conversaram com os funcionários e confirmaram que a funcionária estava em descanso até as 6h.
A funcionária retornou quase no horário previsto do repouso e fez os exames na criança. Os policiais registraram o boletim de ocorrência da Central de Flagrantes.
Outro lado
Em nota enviada às 10h47, a assessoria da Prefeitura de Várzea Grande informou que a servidora estava no período de descanso respeitando uma regra e acordo coletivo de trabalho
“A referida funcionária, mesmo pertencendo a saúde pública não está lotada na UPA Ipase e apenas cumpria troca de plantão entre profissionais, o que está amparado em lei”, diz trecho da nota.
A recomendação, conforme a prefeitura, é para o correto e devido atendimento de todas as pessoas que procurarem não apenas das unidades de Saúde do SUS, como qualquer unidade pública.
“O Secretário de Saúde determinou a instauração de uma comissão de sindicância para apuração dos fatos e se comprovados o devido Processo Administrativo Disciplinar (PAD)”, finalizou a prefeitura na nota.